Denúncia aponta que agentes do Denarc exigiram R$ 1 milhão para encerrar investigação contra integrante do PCC.
Um ofício enviado pelo Grupo de Investigações Sensíveis da Polícia Federal motivou a investigação que levou à prisão de dois policiais civis do Denarc, suspeitos de cobrarem R$ 1 milhão para livrar um integrante do PCC de um procedimento criminal. O documento foi encaminhado ao Gaeco do Ministério Público de São Paulo, que deflagrou a Operação Mata-Nota nesta quarta-feira (10/12). Entre os investigados estão M. M., A. F. D. e W. T. A., além do advogado A. A. de B.
A apuração teve início após a prisão de um homem em Alto Garças (MT), no ano passado, transportando 345 kg de drogas em um caminhão frigorífico. A quebra do sigilo telemático do suspeito revelou aos investigadores um vídeo em que os policiais do Denarc negociam o pagamento milionário com o advogado de um faccionado conhecido como “Costurado”, responsável por logística financeira da organização criminosa.

Segundo o Gaeco, as imagens mostram diálogos nos quais os agentes exigem R$ 1 milhão para encerrar a investigação. Poucos dias após a conversa, os policiais passaram a adquirir bens incompatíveis com seus rendimentos, como imóveis e veículos, o que reforçou a suspeita de corrupção. A promotoria apontou que os valores investidos não condizem com as remunerações informadas no portal da transparência.
Com base nos elementos apresentados, a Justiça determinou a prisão preventiva de M. M., A. F. D. e do advogado A. A. de B., além do cumprimento de mandados de busca e apreensão nas residências dos quatro investigados. Também foram autorizados bloqueios de bens, apreensão de valores superiores a R$ 3 mil e coleta integral do conteúdo de aparelhos eletrônicos, incluindo armazenamento em nuvem e conversas por aplicativos.
A Secretaria da Segurança Pública afirmou que não tolera desvios de conduta e que todas as medidas administrativas cabíveis serão adotadas, sem prejuízo das investigações em andamento. O Metrópoles não localizou a defesa dos envolvidos, e o espaço permanece aberto. Com informações do portal Metrópoles.






