Ativistas e autoridades se despedem de Moisés Alencanstro na Morada da Paz

A tarde desta terça-feira (23), véspera de Natal, foi marcada por um profundo sentimento de luto no cemitério Morada da Paz, em Rio Branco, durante o velório de Moisés Alencanstro. O advogado, que também era servidor do Ministério Público do Acre (MPAC) e colunista social, faleceu deixando um vazio em diversos setores da sociedade. O encontro reuniu um público diversificado, composto por amigos, colegas de profissão, militantes e autoridades que fizeram questão de prestar uma última homenagem ao homem que se tornou símbolo de resistência e alegria.

Moisés Alencanstro construiu uma trajetória profissional singular, unindo o rigor jurídico da advocacia à sensibilidade do ativismo cultural. Como defensor ferrenho dos direitos humanos e da diversidade, ele atuou na linha de frente pela garantia de direitos para grupos historicamente marginalizados. Seu trabalho foi fundamental para conectar as pautas de diversidade sexual, equidade racial e direitos das mulheres à estrutura governamental, tornando-se uma voz ouvida e respeitada dentro e fora das instituições públicas.

Durante a cerimônia, a coordenadora estadual do Ministério da Cultura no Acre, Camila Cabeça, enfatizou a importância de Moisés na consolidação do Sistema Nacional de Cultura. Segundo ela, a perda é sentida como “abrupta e injusta”, destacando que Moisés foi o arquiteto de projetos essenciais voltados para as comunidades LGBT+, populações negras e povos indígenas. Camila reforçou que, além do técnico brilhante, o Acre perde uma personalidade alegre que sempre combateu o preconceito com criatividade e coragem.

O impacto de sua atuação também foi ressaltado por Minoru Kinpara, presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). Kinpara lembrou que Alencanstro foi peça-chave na conquista do primeiro Plano Estadual de Cultura do Acre, um marco histórico que balizou as políticas públicas do setor no estado. Para o gestor, o legado de Moisés é definido pela luta permanente e pelo respeito irredutível à valorização da identidade acreana, servindo de inspiração para as futuras gerações de gestores e artistas.

A despedida de Moisés Alencanstro encerra um capítulo importante da militância acreana, mas seu nome permanece gravado nas conquistas sociais do estado. Em meio às homenagens, o clamor por justiça foi uma constante entre os presentes, que esperam celeridade nas investigações sobre as circunstâncias de sua morte. Moisés parte sendo lembrado não apenas como um profissional multifacetado, mas como uma ponte humana que uniu diferentes lutas em prol de uma sociedade mais justa e plural. Com informações do portal Na Hora da Notícia.

Tópicos:

Nossa responsabilidade é muito grande! Cabe-nos concretizar os objetivos para os quais foi criado o jornal Diário do acre