Idoso que abusava de quatro irmãs é condenado a mais de 70 anos de prisão em regime fechado

Uma investigação minuciosa da Polícia Civil do Acre (PCAC) resultou na condenação histórica de um idoso a 70 anos e 10 meses de prisão por estupro de vulnerável em Epitaciolândia. A sentença, divulgada nesta segunda-feira (29) pela Vara Única da Comarca local, pune o réu pelos abusos sistemáticos cometidos contra quatro irmãs de nacionalidade boliviana. Na época dos crimes, as vítimas tinham entre 11 e 12 anos. Além da reclusão em regime fechado, o condenado deverá pagar R$ 60 mil em custas processuais.

De acordo com o inquérito policial, os abusos ocorreram de forma reiterada entre os anos de 2021 e 2023. O acusado agia de maneira premeditada, aproveitando-se da extrema vulnerabilidade socioeconômica da família para atrair as vítimas. Ele realizava pagamentos em dinheiro à mãe das crianças e oferecia presentes e doces às meninas para levá-las até seu apartamento. O ciclo de violência foi interrompido após uma ação da Polícia Civil que resultou na prisão em flagrante do homem enquanto ele estava com uma das vítimas.

No local dos crimes, os investigadores apreenderam um vasto material que comprovava a habitualidade dos abusos: DVDs infantis, grande quantidade de doces e dinheiro, além de preservativos e lubrificantes. Os depoimentos das crianças, colhidos de forma sensível e técnica, revelaram uma rotina de horror que incluía toques íntimos, exibição de vídeos pornográficos e sucessivas violências sexuais. As provas técnicas e laudos médicos reunidos pela equipe da Delegacia de Epitaciolândia foram fundamentais para sustentar a denúncia.

Na sentença, a magistrada destacou a consciência do réu sobre a ilicitude de seus atos e a gravidade da violação sistemática da dignidade das crianças. O delegado Eustáquio Nomerg, que coordenou as investigações na época da prisão, ressaltou que a prioridade da equipe foi reunir provas robustas que impossibilitassem a impunidade. “A prisão e a robustez da investigação refletem o empenho da Polícia Civil em combater com rigor crimes contra crianças e adolescentes. Não há tolerância para esse tipo de conduta”, enfatizou a autoridade policial.

A condenação de mais de sete décadas de prisão é vista como um marco na proteção da infância na região de fronteira, servindo como uma resposta firme do Poder Judiciário e das forças de segurança. Com a decisão, o idoso deverá ser mantido no sistema prisional para o cumprimento da pena. A Polícia Civil do Acre reforça que o combate à exploração e ao abuso sexual infantil permanece como uma das diretrizes prioritárias da instituição em todo o estado.

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