Lula (PT) disse nesta quarta-feira, 18, que o fim do imposto sindical obrigatório foi um “crime” contra os sindicatos. Segundo ele, a democracia depende de entidades “organizadas e fortes” para representar os interesses dos trabalhadores.
“Tirar do sindicato o direito de decidir, em assembleia, a contribuição para sindicato foi um crime que cometeram contra vocês. Não queremos que o trabalhador seja um eterno fazedor de bico. Queremos que o trabalhador tenha direitos garantidos, um sistema de seguridade social que os proteja”, afirmou Lula.
A declaração ocorreu durante o encontro do presidente com representantes de centrais sindicais. Após o discurso de Lula, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que não prevê a volta da obrigatoriedade do imposto.
Sindicatos sem dinheiro
Os efeitos da nova legislação, aprovada durante o governo do ex-presidente Michel Temer, começaram a valer em novembro de 2017. Naquele ano, a contribuição sindical totalizou pouco mais de R$ 3 bilhões.
De lá para cá, o pagamento de contribuição sindical teve queda todos os anos. O recuo entre 2020 e 2021 foi de 14,6%. Em 2017, o porcentual de sindicatos, federações, confederações e centrais de trabalhadores sobre a arrecadação sindical total era de 73%. No ano passado, foi de 34%.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, recebeu mais de R$ 14 milhões em 2017. Em quatro anos, a queda foi de mais de 99%, para R$ 274 mil.