O ex-senador e agora presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana (PT), disse em entrevista ao Poder360 que o processo que resultou na perda de mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 foi um “golpe”. Pura narrativa.
Dos atuais 37 ministros do presidente Lula (PT), 7 foram a favor da saída de Dilma Rousseff. O presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Hélio Doyle, disse que o impeachment deve ser tratado como “golpe”. Ressalvou ser uma posição pessoal, não a linha editorial da empresa. “Se depender de mim, vai continuar falando que foi golpe. Gostem ou não gostem“, disse.
“Houve um golpe político ali, um grupo que conseguiu montar uma maioria. Perdemos a minoria por erros nossos também. Houve muito erro nosso”, disse Jorge.
Entenda por que o impeachment de Dilma não foi golpe
Em 2 de setembro de 2015, o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PTB), acolheu um pedido de impeachment contra Dilma, o que era uma de suas prerrogativas. A petista foi denunciada pelas pedaladas fiscais, que configuraram crime de responsabilidade, motivo para impeachment previsto no artigo 85 da Constituição e na Lei nº 1.079.
Os plenários da Câmara e do Senado votaram pela admissibilidade do processo entre abril e maio de 2016. Com a abertura do processo, Dilma teve direito a ampla defesa, encabeçada pelo seu ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
O texto da sentença pelo impeachment, incluindo a destituição da petista da presidência, foi aprovado pelo plenário do Senado, como previsto na Constituição, no dia 31 de agosto daquele ano.
Todo o processo, inclusive, teve supervisão do Supremo Tribunal Federal. E como prevê a Lei nº 1.079, quem presidiu a sessão no Senado que concluiu a condenação foi o então presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, nomeado por Lula.