Ex-ministro Aldo Rebelo dá o tom de como deve ser o discurso da classe política acreana sobre os embargos de propriedades

José Aldo Rebelo Figueiredo (Aldo Rebelo) é uma grande referência da esquerda brasileira. Não há o que se discutir da sua histórica coerência com suas posições políticas de compromisso com o progressismo. Não se pode dizer que virou a casaca e se tornou um direitista. Não. 

Aldo Rebelo é um homem que se fez. De origem pobre, era filho de um vaqueiro do saudoso senador de Alagoas Teotônio Vilela. Com o apoio desse político alagoano estudou e se tornou jornalista, advogado e escritor. Iniciou sua vida pública como líder estudantil. Depois da reorganização da UNE nos anos 80, foi seu secretário geral e presidente.

Mudou-se para São Paulo onde fez brilhante carreira política. Elegeu-se várias vezes deputado federal pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B), passou por outras legendas de esquerda e hoje é filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). 

Foi ministro da defesa nos governos de Lula e Dilma. Secretário de Governo do Estado de São Paulo no Governo Márcio França quando era filiado ao PSB (Partido Socialista Brasileiro). 

Foi o Relator do Código Florestal. No governo Lula e Dilma recebeu várias honrarias. Enfim, alguém de biografia intocável. Alguém, de cuja palavra não se pode desconfiar. 

E o que diz Aldo Rebelo sobre a realidade da Amazônia antes desses embargos contra os produtores rurais, que foram surpreendidos logo depois da Semana Santa? 

Eis o que diz abaixo o ex-ministro: 

“A AMAZÔNIA ESTÁ SOB BLOQUEIO”

“A Amazônia tem dois estados paralelos. Existe o Estado formal, institucionalizado, que convive com dois estados paralelos. 

Um estado paralelo é o crime organizado que vai tomando conta da nossa Região exatamente por falta de perspectiva em alguns municípios da nossa Fronteira aqui com o Peru.

O tráfico de drogas já é o maior empregador. Mais do que o poder público. 

Não há esperança para a juventude! Então você tem ali na fronteira, de um lado da Colômbia,  e do outro lado o Peru,  e nossas cidades fronteiriças com os nossos jovens, recrutados para esse tipo de estado paralelo que está sendo construído na Amazônia: O Crime organizado!

E o outro Estado paralelo,  e em parte responsável pelo crime organizado são as organizações não governamentais (ONGs) estrangeiras associadas às agências do Estado brasileiro bloqueando o desenvolvimento da Amazônia.

Esses dois Estados se retroalimentam (Organizações criminosas e ONGs). Então,  você tem aqui na Amazônia, seiscentos mil meninas e meninos estudando nas universidades, fazendo cursos como de Engenharia, Veterinária, Pedagogia, Medicina, Direito, Zootecnia, para fazer o que depois?

Abraçar uma Castanheira? 

E tirar renda de onde? 

As senhoras e senhores do Ministério Público ganham cada um cinquenta, sessenta mil reais por mês. Já estão com seus empregos garantidos e bloqueando a esperança dessa Juventude.

Isso não é possível! Eles têm que ser enfrentados (Crime organizado e ONGs estrangeiras)!

Não se pode bloquear o direito ao desenvolvimento da Região Amazônica que representa o futuro do Brasil”.

Aldo Rebelo traçou esse quadro desolador do futuro da Amazônia antes dos embargos contra os produtores rurais da Amazônia: A Região está sob o controle do crime organizado e de ONGs estrangeiras. 

O que se pode dizer agora?

As medidas tomadas pelo IBAMA são até mais cruéis do que o confisco das poupanças dos brasileiros feita pelo Governo Collor. 

Os embargos do IBAMA significam que o Governo Federal decretou o fim do direito ao trabalho e condenação à miséria de todos os produtores rurais da Amazônia, o que se presume ser uma forma de controle social pela forme, para que a população passe a viver de assistencialismo.

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