Nas eleições de 2022, o Republicanos apoiou a chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro à reeleição. Agora, sob o governo do presidente Lula, o partido — que se declara independente — vai ganhar um ministério no alto escalão da Esplanada. A sigla, contudo, abriga o deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), presidente da CPI do MST — uma das pedras no sapato da gestão petista.
A entrada oficial do partido no governo fez Zucco pensar na possibilidade de mudar de legenda. Pensamento que ganhou fôlego depois que o Republicanos, em um aceno à base governista, substituiu dois membros do colegiado que eram mais ligados à oposição. Nem o presidente da CPI nem os dois parlamentares foram comunicados sobre a mudança, o que aumentou o clima de insatisfação com o partido.
Na noite da quarta-feira 9, Zucco conversou por telefone com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na conversa, a insatisfação com o partido foi compartilhada por ambos. O presidente da CPI do MST disse que, se o Republicanos continuar com o mesmo posicionamento, vai arrumar uma forma de sair da sigla sem perder o mandato.
Na ocasião, Zucco orientou Tarcísio a fazer o mesmo. Ambos mantêm uma amizade de mais de 30 anos, pois foram colegas na Academia Militar das Agulhas Negras. O governador foi o “padrinho” político de Zucco no Republicanos.
Caso saia da legenda, Zucco teria de fazer um acordo com o presidente da sigla, deputado Marcos Pereira, para não arriscar perder o mandato. O PL pode ser a futura casa de Zucco.