Arquidiocese de São Paulo se manifesta sobre CPI que mira padre Júlio Lancellotti

A Arquidiocese de São Paulo afirmou, por meio de nota, que acompanha com “perplexidade” as notícias sobre a possível abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de São Paulo que tem o padre Júlio Lancellotti como um dos alvos. A intenção é investigar a atuação de organizações não governamentais na cracolândia.

Para a arquidiocese, a abertura da CPI “coloca em dúvida a conduta do Padre Júlio Lancellotti no serviço pastoral à população em situação de rua [sic]”.

“Na qualidade de Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, Padre Júlio exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua [sic] na cidade”, afirmou a assessoria de comunicação da Arquidiocese, em nota. “Reiteramos a importância de que, em nome da Igreja, continuem a ser realizadas as obras de misericórdia junto aos mais pobres e sofredores da sociedade.”

CPI com foco em padre Júlio Lancelloti deve começar em fevereiro

A CPI da cracolândia já tem 30 assinaturas, das 18 exigidas pelo regimento para ser aberta. O autor da proposta, vereador Rubinho Nunes (União), acredita que a comissão será instaurada em fevereiro, depois do recesso parlamentar.

O vereador confirmou que o padre Júlio Lancellotti será um dos principais alvos da CPI, assim como duas ONGs. O Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, na qual o religioso atuou como conselheiro, é uma das entidades que serão investigadas. O grupo Craco Resiste, que atua contra a suposta violência policial na região da cracolândia, também está no radar da CPI.

Segundo o vereador, as ONGs promovem uma “máfia da miséria”, que “explora os dependentes químicos do centro da capital”. Ele disse que essas organizações recebem dinheiro público para distribuir alimentos, kit de higiene e itens para o uso de drogas, prática conhecida como política de redução de danos, à população em situação de rua [sic], o que, argumenta ele, gera um “ciclo vicioso” [sic] no qual o usuário de crack não consegue largar o vício.

À imprensa, o padre afirmou que não faz parte de nenhuma ONG e não tem nenhum envolvimento com projetos que recebem dinheiro público, mas atua apenas em nome da Paróquia São Miguel Arcanjo.

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