A Tesla divulga seus resultados do primeiro trimestre hoje após o fechamento do mercado. E é difícil saber se ela será capaz de decepcionar investidores. Ontem, as ações recuaram 3,4% na Nasdaq, isso após a empresa mais uma vez cortar o preço de venda dos seus veículos após uma queda na demanda. A montadora também já anunciou demissões em suas fábricas, como na Alemanha, e tem pedido ajuda do governo americano para enfrentar a concorrência dos elétricos chineses.
O mercado financeiro está ciente do risco, e as ações recuam 44% no acumulado do ano. No mesmo período, o S&P 500 sobe 5%.
Ainda que enfrente uma espécie de crise muito particular, a montadora de Elon Musk funciona como um símbolo da encruzilhada que vivem a economia e as bolsas americanas. Ambas parecem imunes a crise e demonstram resiliência aos juros elevados, mas não está claro por quanto tempo as condições vão se manter assim.
Até que os números da Tesla saiam, investidores não terão muito o que fazer, já que o dia é de agenda fraca aqui e nos EUA. Já na Europa, a boa notícia fica por conta da divulgação do índice PMI Composto, calculado pelo S&P. O indicador mostrou expansão da atividade de serviços na Alemanha e sinalizou ainda que a indústria do país está desacelerando menos do que antes. O conjunto de informações começa a contratar um crescimento de 0,3% para o PIB do segundo trimestre, e não os 0,1% previstos até aqui.
Isso que a Zona do Euro deve ser beneficiada pelo início do corte de juros já em junho – e não apenas em setembro, como está projetado para os Estados Unidos. O afrouxamento monetário deve vir mesmo com repiques no preço do petróleo, indicaram recentemente representantes dos Banco Central Europeu.
O barril do tipo Brent avançou para US$ 90 com a crise no Oriente Médio, mas já arrefeceu e é negociado na faixa de US$ 87 nesta manhã.
Exceção feita à China, o dia começa positivo nos mercados globais, com alta nas ações europeias e nos futuros americanos. Para o Brasil, os sinais são mistos. A Petrobras avança, enquanto a Vale recua quase 1%, na esteira do pessimismo chinês e do recuo nos preços do minério de ferro.