Um confronto entre Sergio Moro e a Polícia Federal (PF) levou a um mal-estar. Nesta semana, em nota, a instituição chamou o ex-juiz de “mentiroso” após ele dizer que a corporação não está empenhada no combate à corrupção. As relações se estremeceram desde que ele deixou o Ministério da Justiça, acusando o presidente Jair Bolsonaro de tentativa de intervenção na instituição.
Nesta sexta-feira, 18, negou que haja uma “turbulência” na relação. “Não teve nenhum embate com a Polícia Federal. Tenho grande respeito pelos agentes, servidores, delegados, peritos, papiloscopistas, todos ali. Eu fui quem mais defendeu a Polícia Federal na história recente desse país”, disse o ex-ministro. Apesar da fala, Moro reiterou que é ‘inegável’ que as ações de combate à corrupção deixam a desejar.
“Não adianta mencionar o número de prisões, que caíram. O ponto fundamental é: quem está sendo preso? Os grandes tubarões da corrupção, os grandes barões? A gente tem visto investigações e operações sobre casos de grandes corrupções ou quem tem sido apenas processo os pequenos corruptores ou corruptos magrinhos? Houve uma queda de qualidade”, afirmou.
O ex-ministro tenta apaziguar os ânimos e diz que as críticas são construtivas. “A gente quer que a PF tenha autonomia para fazer seu trabalho e combater a corrupção. A corrupção não acabou, mas está faltando sim. Meu embate não é com a instituição, o que houve foi uma tentativa do diretor da Polícia Federal de interferir no debate eleitoral“, completou. Sergio Moro se reuniu com Michel Temer em São Paulo. O ex-presidente da República defendeu a pacificação no país.