A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, convocou uma manifestação em frente ao Congresso dos Deputados da Espanha para a terça-feira (10), mesmo dia em que o parlamento espanhol debaterá uma proposta para reconhecer Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela. Em mensagem publicada na rede social X, Machado convocou “todos os venezuelanos que vivem na Espanha hoje” a se reunirem às 18h locais (13h em Brasília) na Plaza de las Cortes, em Madri, para “continuar avançando até que o mundo inteiro reconheça Edmundo González Urrutia como presidente eleito”. Também por meio da rede social X, González Urrutia enviou uma mensagem à opinião pública na qual afirmou que tomou a decisão de deixar seu país e se exilar na Espanha porque o destino dos venezuelanos “não pode e não deve ser o de um conflito de dor e sofrimento”.
González Urrutia disse que sua saída da Venezuela deve ser vista como “um gesto que estende a mão a todos” e que “como tal, deve ser retribuído”. “Fiz isso para que as coisas possam mudar e para que possamos construir uma nova era para a Venezuela”, declarou o líder opositor venezuelano. Fontes do governo espanhol anunciaram nesta segunda-feira que o presidente do governo, Pedro Sánchez, se reunirá com o ex-candidato venezuelano nos próximos dias.
A convocação coincide com a votação no Parlamento espanhol de uma proposta não legislativa do principal partido de oposição ao governo, o conservador Partido Popular (PP), que insta o Executivo do socialista Pedro Sánchez a reconhecer como vencedor das eleições venezuelanas o oposicionista González Urrutia, que está na Espanha desde domingo depois de pedir asilo político. Além disso, a iniciativa pede o fim da repressão contra os protestos, a libertação dos presos políticos e a contribuição para a segurança pessoal de Machado e González Urrutia, ao mesmo tempo em que solicita que o governo lidere o reconhecimento de González Urrutia nas instituições europeias, com o objetivo de que em 10 de janeiro de 2025 ele tome posse como presidente da Venezuela.
“Hoje, mais do que nunca, estamos unidos e determinados a seguir em frente. Superamos todos os obstáculos, todas as provações, estamos juntos e conseguiremos a libertação da Venezuela e o retorno de nossos filhos para casa. Nesta terça-feira, a Venezuela se unirá em Madri”, diz Machado em seu vídeo, que dura quase um minuto e meio, acompanhado de um texto em que promete continuar “até o fim” para fazer valer “a soberania popular e a verdade”.
*Com informações do EFE