O mercado físico do boi gordo segue pressionado pela alta dos preços, especialmente em São Paulo e Mato Grosso do Sul, que romperam a barreira dos R$ 270 por arroba, destacaram as principais consultorias que acompanham o mercado pecuário diariamente. Aproveitando a grande a oferta limitada de boiadas, o mercado segue com forte pressão altista nos preços dos animais para abate ao longo das últimas semanas.
Conforme destaca Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado. A combinação entre oferta restrita e demanda aquecida vem dificultando a composição das escalas de abate nos frigoríficos, o que deve manter o movimento de valorização nos próximos dias.
“O quadro geral pouco mudou, com frigoríficos encontrando dificuldades na composição de suas escalas de abate em um ambiente pautado por demanda bastante aquecida. Ou seja, essa combinação remete a continuidade do movimento de alta nos próximos dias”, assinalou.
Em São Paulo, o “boi comum” está sendo negociado a R$ 260,00 por arroba, enquanto o “boi China” atinge R$ 270,00, resultando em uma média de R$ 265,00. A vaca é cotada a R$ 240,00 e a novilha a R$ 250,00, com as escalas de abate alcançando oito dias.
Já no Mato Grosso do Sul, tanto o “boi comum” quanto o “boi China” têm o preço fixado em R$ 270,00 por arroba, com a vaca cotada a R$ 245,00 e a novilha a R$ 250,00, sendo as escalas de abate mais curtas, com cinco dias.
Segundo a Agrifatto, a entressafra e o aumento da demanda tanto no mercado interno quanto nas exportações levaram à valorização em 14 das 17 praças monitoradas. Apenas os estados do Pará, Paraná e Rio Grande do Sul mantiveram os preços estáveis. Em São Paulo, a arroba do boi gordo segue cotada a R$ 265, com o “boi China” atingindo R$ 270, enquanto o preço médio nas demais regiões está em R$ 246,90 por arroba.
Preços médios da arroba do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país
- São Paulo: R$ 272,00/@
- Goiás: R$ 260,00/@
- Minas Gerais: R$ 260,00/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 273,00/@
- Mato Grosso: R$ 235,00/@
Por outro lado, no mercado futuro, os contratos com vencimento em dezembro de 2024 fecharam em R$ 274,45 por arroba, com leve oscilação de -0,47%, reflexo das incertezas sobre a oferta, continua a Agrifatto.
No atacado, o cenário de preços firmes também se mantém, com a expectativa de alta no curto prazo, impulsionada pela boa demanda na primeira quinzena do mês. No entanto, como alerta Iglesias, a carne bovina começa a perder competitividade para a carne de frango, uma alternativa mais acessível para famílias de menor renda, especialmente diante da elevação dos preços.
“Mais uma vez, vale destacar que a carne bovina tende a perder competitividade em relação a carne de frango em um momento de forte elevação de preços as famílias, em especial as de menor renda, tendem a optar por proteínas de menor valor agregado”, disse Iglesias.
As cotações no mercado de cortes seguem em patamares elevados: o quarto traseiro é vendido a R$ 19,90 por quilo, o quarto dianteiro a R$ 15,15 e a ponta de agulha a R$ 15,00 por quilo.