A safra dos Cafés do Brasil estimada para ano cafeeiro 2024, incluindo o somatório da produção das espécies de Coffea arabica (café arábica) e de Coffea canephora (café robusta+conilon), totalizará o volume físico equivalente a 54,79 milhões de sacas de 60kg. Desse total, 39,59 milhões de sacas, que correspondem a 72% da produção nacional, são de cafés da espécie de C. arabica, e, adicionalmente, 15,2 milhões de sacas da espécie de C. canephora, que equivalem a aproximadamente 28% da safra total.
Merece destacar o fato de que o volume físico total desta safra representará uma ligeira redução de 0,5% em relação à de 2023, que foi de 55,07 milhões de sacas, incluindo obviamente as duas espécies. Assim, constata-se que o total colhido anteriormente de C. arabica foi de 38,90 milhões de sacas (70,64%), e, em relação à espécie de C. canephora, cuja colheita foi de 16,16 milhões de sacas de 60kg, esse volume correspondeu a aproximadamente 29,36% do total do ano cafeeiro 2023. Tal redução foi consequência principalmente de intercorrências e adversidades climáticas que acometeram pontualmente nas lavouras em diversas regiões produtoras do País, durante as fases de floração e formação dos frutos em 2024.
Com base em tais dados, em relação à produção de 2024, verifica-se que a espécie de C. arabica foi cultivada numa área de 1,52 milhões de hectares e teve produtividade média de 26 sacas por hectare, registrando um ligeiro crescimento de 1,7% em comparação com a safra anterior. Esse pequeno crescimento, a despeito das intercorrências climáticas, pode ser atribuído ao fato de que neste ano o C. arabica teve ciclo de bienalidade positiva, circunstância fisiológica que permite que a lavoura produza carga mais elevada em um ano, e, no seguinte, a produção tende a ser menor.
Quanto ao C. canephora, espécie cultivada em 2024 numa área bem menor, de 378,4 mil hectares, cuja produtividade média atingiu 40,2 sacas por hectare, constata-se que houve um decréscimo na produção em torno de 6% em relação à safra de 2023. Tal quebra também foi consequência direta das intercorrências climáticas adversas, com ondas de calor intensas que afetaram o potencial produtivo, como escaldadura foliar, abortamento floral, rosetas banguelas e chumbinhos diminutos, numa fase importante para o rendimento dos grãos.
Caso seja estabelecido um comparativo, em ordem decrescente, dos seis maiores estados produtores de C. arabica no ano cafeeiro de 2024, Minas Gerais se destaca na primeira colocação com 27,68 milhões de sacas, equivalendo a aproximadamente 70% da produção nacional dessa espécie. Em segundo lugar está o estado de São Paulo, com 5,44 milhões de sacas (13,7%), seguido pelo Espírito Santo, com 4,03 milhões de sacas (10,2%).
Expandindo essa análise para os seis maiores estados produtores de Coffea canephora, o Espírito Santo lidera com 9,96 milhões de sacas de 60kg, volume equivalente a 65,5% da safra nacional estimada para essa espécie. O estado de Rondônia vem em segundo lugar, com 2,54 milhões de sacas (16,7%), seguido pela Bahia com 1,98 milhões de sacas (13%).
Concluindo, os dados que embasaram essa análise foram obtidos do Terceiro Levantamento da Safra de Café de 2024, da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, disponível no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.