A sentença de falência da Peixes da Amazônia, emitida pelo juiz Romário Faria, revela mais do que um problema de gestão: expõe, na prática, um dos maiores fracassos do petismo no Acre, um projeto bilionário agora reduzido a uma série de galpões vazios e equipamentos deteriorados. A história é a mesma que vimos repetida vezes demais. Sob o comando de Tião Viana, o governo petista lançou uma ideia ousada: construir um centro industrial de piscicultura, garantindo o Acre como uma potência em produção de pescado, “um modelo exportador” capaz de movimentar um mercado sul-americano de 60 milhões de consumidores. Na realidade, o complexo logo se transformou em um símbolo de ineficiência e descaso com recursos públicos.
A empresa já vinha em recuperação judicial há anos, acumulando protestos, dívidas e atrasos nos compromissos financeiros. A decisão judicial reconhece o estado de abandono das instalações, roubos constantes e uma clara ausência de compromisso da Peixes da Amazônia em seguir qualquer plano de recuperação. Segundo a Justiça Federal, o projeto estava tão mal encaminhado que até o administrador designado pela Justiça foi deixado sem pagamento.
Mais de 80 milhões de reais foram despejados no projeto, que, em vez de gerar emprego e renda, se converteu em desperdício. Tião e seu governo venderam a ilusão de um “projeto de futuro”, mobilizando pequenos produtores em um verdadeiro espetáculo de propaganda e manipulação política. Agora, em uma imagem de ironia cruel, o complexo destinado a levar progresso e autossuficiência está condenado ao abandono.
Com a falência decretada, o juiz determinou que o caso fosse inscrito como “falido” em registro público e que as atividades empresariais da companhia sejam proibidas. Resta apenas a amarga lição de que projetos faraônicos e mal geridos não constroem uma economia – eles criam apenas novas ruínas e deixam para trás o que sobrou de esperança em projetos públicos ambiciosos.