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Boi gordo já busca R$ 370/@; Arroba já subiu 40% nos últimos doze meses, qual será o teto?

O mercado do boi gordo no Brasil segue em trajetória de valorização, impulsionado principalmente pelas exportações robustas e pela desvalorização cambial, que tornam a carne bovina nacional mais competitiva no mercado internacional. Contudo, o consumo interno ainda é um entrave para consolidação de altas mais expressivas, influenciando diretamente o comportamento do mercado.

De acordo com a consultoria Safras & Mercado, o destaque da segunda-feira ficou com o Mato Grosso do Sul, com altas mais consistentes em comparação aos demais estados. Para a Scot Consultoria, o mercado abriu a semana com a cotação subindo. A cotação do boi gordo subiu R$3,00/@, a do “boi China” subiu R$5,00/@ e a da vaca subiu R$2,00/@. A cotação da novilha não mudou.

Indicador CEPEA/B3 apresenta novo avanço

De acordo com o Indicador CEPEA/B3, o preço da arroba do boi gordo fechou o dia 25 de novembro em R$ 349,75, representando uma alta diária de 0,63% e um aumento acumulado no mês de 9,78%. Em dólar, a arroba está sendo negociada a US$ 60,21, evidenciando o impacto positivo do câmbio no mercado de exportação.

Nos últimos 12 meses, o Indicador CEPEA/B3 para o boi gordo apresentou uma valorização expressiva, saindo de cerca de R$ 250/@ em dezembro de 2023 para os atuais R$ 349,75/@ em novembro de 2024, representando um aumento de aproximadamente 40%. Essa alta é impulsionada principalmente pela demanda crescente no mercado internacional, com exportações recordes de carne bovina, e pela desvalorização do real frente ao dólar, que torna o produto brasileiro mais competitivo.

Além disso, a oferta restrita no mercado interno, causada por escalas de abate encurtadas e ajustes na produção dos frigoríficos, também contribuiu para a valorização, embora o consumo interno retraído ainda atue como um limitador para avanços mais agressivos nos preços.

Exportações mantêm ritmo acelerado

As exportações de carne bovina continuam a apresentar volumes expressivos, com o Brasil consolidando recordes históricos de embarques. Segundo analistas, esse movimento é favorecido pela combinação da desvalorização do real frente ao dólar e da recuperação dos preços da carne bovina no mercado externo.

Mercado interno em ritmo lento

No mercado interno, o poder de compra da população brasileira tem sido um limitador importante para o avanço dos preços. Apesar do início da última semana de novembro mostrar certa estabilidade nas cotações em São Paulo, com o boi gordo comum e o boi-China sendo negociados a R$ 350/@, o consumo interno segue retraído.

“O limitado poder de compra da população impede altas mais consistentes nos preços da carne no atacado”, afirmou Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado. Os preços no varejo também enfrentam resistência, com altas modestas registradas no início da semana:

  • Quarto dianteiro: R$ 20,00/kg (+R$ 0,50)
  • Quarto traseiro: R$ 26,50/kg (+R$ 0,50)
  • Ponta de agulha: R$ 19,50/kg (+R$ 0,50)

Frigoríficos ajustam escalas de abate

Com o consumo enfraquecido, frigoríficos vêm adotando estratégias para equilibrar oferta e demanda. Em algumas regiões, as escalas de abate foram ajustadas, com alternância nos dias de operação para evitar excesso de produção. Segundo a consultoria Agrifatto, alguns frigoríficos ainda trabalham com estoques remanescentes da semana anterior, o que também limita novas altas no curto prazo.

Mercado futuro aponta otimismo

No mercado futuro, os contratos seguem em alta, com o vencimento de janeiro de 2025 registrando avanço de 2,17% e alcançando R$ 346,30/@ no último pregão. Esse movimento reflete expectativas positivas para o mercado no início do próximo ano, especialmente com a perspectiva de aumento do consumo interno durante as festas de fim de ano.

Desafios e perspectivas

Apesar das boas notícias no front externo, o mercado interno continuará desempenhando papel decisivo para a consolidação de um viés altista. A primeira quinzena de dezembro, historicamente mais fraca em vendas, pode prolongar o cenário de morosidade no consumo interno, embora o pagamento do 13º salário e os preparativos para as festividades tragam certo alívio na reta final do ano.

O mercado do boi gordo, portanto, segue em uma encruzilhada: enquanto as exportações sustentam o otimismo, o mercado interno precisa de sinais mais claros de recuperação para que a arroba alcance os tão esperados R$ 370.

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