Com a proximidade da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, o agronegócio iniciou articulações para obrigar a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), presidida por Jorge Viana (PT), a destinar 30% de seu orçamento anual à promoção de carne bovina, suína e de frango no exterior.
A medida ganhou força após a polêmica com o Carrefour, que chegou a anunciar um boicote à carne do Mercosul na França, impulsionando a necessidade de diversificar mercados internacionais. O deputado Alceu Moreira (MDB-RS) apresentou uma emenda à LDO para priorizar a exportação de proteína animal. O texto deve ser protocolado na próxima semana e busca fortalecer a posição brasileira em novos mercados, como Rússia, México e Índia.
A Apex, que tem orçamento de R$ 1,6 bilhão em 2024, informou que atua na promoção de exportações em conjunto com entidades do setor, mas não detalhou os recursos destinados à carne. A proposta enfrenta resistência, já que críticos afirmam que o orçamento da agência carece de maior transparência.
Além do impacto no agro, o setor de biocombustíveis também apoia a emenda, destacando o uso da soja, essencial para ração animal, na cadeia produtiva de biodiesel. A diversificação de mercados é vista como essencial para garantir estabilidade e crescimento sustentável ao setor, atualmente concentrado em poucos países como Emirados Árabes, Japão e União Europeia.
