João Marcos Luz sempre foi um nome controverso. Não vamos aqui perder tempo com análises sobre se concordamos ou não com ele — o fato é que o ex-vereador, com seus discursos aguerridos e projetos ousados, representou de maneira clara e indiscutível a direita acreana na Câmara Municipal de Rio Branco. Não se via isso com frequência no parlamento mirim, exceção feita a algumas figuras pontuais. E, convenhamos, é importante ser direto: ele não teve medo de dar voz às pautas conservadoras.
Agora, o ex-líder do prefeito Tião Bocalom na Câmara, o quarto mais votado do Partido Liberal nas eleições de 2024 com 2.775 votos, tem uma nova missão — e que missão! Foi nomeado para assumir a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) na gestão que se inicia. Um cargo de peso, para dizer o mínimo.
Bocalom, que conhece João Marcos há mais de 30 anos, não economizou elogios. Para o prefeito, João é “a pessoa perfeita e certa” para a pasta. Bocalom acredita, e com razão, que João tem o perfil necessário para levar a secretaria a um novo patamar. A questão, porém, é como ele vai conduzir os desafios da pasta, especialmente diante da missão de traduzir as políticas públicas de direita em ações concretas.
Aqui é preciso uma reflexão mais aprofundada. João Marcos não pode cair na tentação de embarcar em discursos inflamados, vazios, ou, pior, em projetos que parecem mais fantasiosos do que eficazes. Não é hora de radicalismos vazios ou ideias sem substância. O exemplo a ser seguido, e que poderia servir como farol para sua gestão, é o de Damares Alves, a ex-ministra de Bolsonaro que fez um trabalho digno à frente da pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos. Ela soube aplicar políticas públicas com resultados tangíveis, sem perder de vista os princípios que defendia, sem cair em erros grotescos. João Marcos precisa, assim, se distanciar das polêmicas estéreis e focar no que é realmente eficaz.
Em seu primeiro dia na nova função, João não hesitou em dar o tom de sua gestão. Ao falar sobre a situação das pessoas em situação de rua, fez um convite claro à iniciativa privada para somar esforços. “Precisamos ajudar as pessoas que estão em situação de rua, por isso quero contar com o apoio de todos”, disse ele, sem rodeios.
A mensagem é simples, objetiva, e vai direto ao ponto. Está claro que o novo secretário tem ambição de fazer a diferença — não apenas para o cargo, mas para aqueles que mais precisam da atuação do poder público. Agora, cabe a ele cumprir o que promete e, quem sabe, começar a escrever um capítulo bem-sucedido para a política de direita em Rio Branco.