Não há qualquer dificuldade em se conhecer os motivos pelos quais a esquerda odeia Frei Gilson. Para os meus pouquíssimos leitores vou dar as minhas explicações a partir de leituras que venho fazendo nos últimos anos, no escopo de me tornar um sincero praticante dos valores (Evangélicos) da Igreja Católica Romana.
Procurei ao longo desses últimos dez anos separar o joio do trigo. Cheguei às minhas conclusões do católico que devo ser. À medida que fui me informando com tais leituras, pude compreender que não posso seguir os “católicos” que se dizem da Teologia da Libertação.
Pois bem. Uma vez convencido de que sou um católico; mas não da Teologia da Libertação, posso entender o porquê da perseguição da esquerda ao Frei Gilson (Gilson da Silva Pupo Azevedo), frade carmelita, conhecido por liderar o ministério “Som do Monte”, que hoje consegue colocar 1 milhão e trezentas mil pessoas para rezar o “Santo Rosário” às 4 horas da manhã.
Incrível!!! O povo com sede de espiritualidade e não de discurso político proferido a partir do púlpito.
Com o objetivo de desqualificar Frei Gilson, a esquerda resgatou um vídeo seu do ano de 2021, onde o religioso, em orações, pede a Deus que nos livre do flagelo do comunismo. Acredita a esquerda que o religioso com tal discurso perde credibilidade por ser uma pregação de caráter político.
Diz o religioso no vídeo que ouvi: “Não permitais Senhora e Rainha de Nazaré que os erros da Rússia venham assolar o Brasil, como bem afirmou Nossa Senhora em Fátima. Livrai-nos do comunismo”!
Não há a menor dúvida de que a petição feita à Nossa Senhora não tem caráter político. Está de acordo com todo o Magistério da Igreja Católica.
Folheando a Encíclica “Rerum Novarum”, do Santo Papa Leão XIII, dou-me conta de que o socialismo é reprovado pela Igreja Católica. Diz o Santo Papa sobre o socialismo:
“Assim, esta conversão da propriedade particular em propriedade coletiva, tão preconizada pelo socialismo, não teria outro efeito senão tornar a situação dos operários mais precária, retirando-lhes a livre disposição do seu salário e roubando-lhes, por isso mesmo, toda a esperança e toda possibilidade de engrandecerem o seu patrimônio e melhorarem a sua situação”.
Para a doutrina social da Igreja, o socialismo não é solução para à questão da pobreza, como apregoam os esquerdistas. O socialismo real isso provou. Além da fome que provocou nos países em que foi implantado, o resultado foi desastroso do ponto de vista da liberdade, inclusive religiosa. Miremo-nos na situação atual da Nicarágua, onde os religiosos são perseguidos.
Em um vídeo disponível no Youtube, Lula afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) não existiria – e que não teria chegado à presidência – se não fosse a Teologia da Libertação e das Comunidades Eclesiais de Base.
Na conversa de Lula com Leonardo Boff, o ex-frade diz que quando celebrava Missa com a presença de Lula, este às vezes é quem fazia as homilias.
Para a esquerda, Frei Gilson poderia fazer até pregação política em sua atividade pastoral, desde que fosse pregando a Teologia da Libertação, que não deixa de ser uma interpretação marxista dos Evangelhos, claramente em defesa do socialismo.
Já fui, no passado, leitor de Leonardo Boff. Tenho na minha estante o seu livro “Igreja Carisma e Poder”, 3ª Edição, Editora Vozes, Petrópolis, 1981. Fui conferir o posicionamento político do ex padre, já naquela época (1981). Não deu outra. Ataque ao capitalismo e defesa do socialismo. Confira-se:
“O capitalismo como sistema de convivência dissimétrica se apresenta como um empecilho à universalidade da Igreja na medida em que ele realiza somente os interesses de uma classe. Uma sociedade democrática e socialista ofereceria melhores condições objetivas para uma expressão mais plena da catolicidade da Igreja”. g.n.
No texto acima transcrito, há uma total divergência com o Magistério da Igreja, que não propõe o antagonismo de classe; mas sua harmonia. Todos devem ser vistos como irmãos. O socialismo, como exposto na Encíclica Rerum Novarum, além de criar antagonismo entre as classes gera pobreza.
De forma que, a Teologia da Libertação, o que defende – muito embora não entregue – é o paraíso aqui na terra. Lula prometeu “picanha” para os pobres, e o que estes estão comendo é carcaça de frango e espinhas de porco, para sobreviver à crise criada pelo socialismo em que vivemos.
Não sem razão, o escritor Julio Loredo de Izcue, percebendo que o que propõe a Teologia da Libertação é uma defesa do socialismo, escreveu um bem documentado e fundamentado ensaio com um título que é um resumo da obra: “Teologia da Libertação: Um salva-vidas de chumbo para os pobres”.
Ao fim e ao cabo, a Teologia da Libertação é uma ideologia revolucionária, bem empacotada para iludir os incautos. Levei anos para entender isso. Uma obra que me foi útil para entender o processo revolucionário é o livro Dr. Plínio Correia de Oliveira, intitulado “Revolução e Contra-Revolução”.
Hoje os Teólogos da Libertação não escondem mais sua proposta revolucionária, de inspiração marxista. Recentemente vi o senador Randolfe Rodrigues, eleito pelo Estado do Amapá, recomendado como leitura aos católicos a trilogia de Frei Betto (Teólogo da Libertação): “Jesus Cristo Rebelde, Jesus Militante e Jesus Cristo Revolucionário”.
Vejamos algumas das características da mente revolucionária: a) acredita que é um agente de um futuro melhor; b) acredita que está acima de julgamentos; c) acredita que a injustiça e o mal são anomalias temporárias; d) acredita que é possível localizar e punir a parcela da humanidade que espalha o mal e, e) acredita que é possível criar um poder revolucionário para eliminar o mal.
Para entender essa mentalidade revolucionária fica a recomendação do livro do Dr. Plínio Correia de Oliveira, intitulado Revolução e Contra-Revolução. Nele aprendemos que Jesus nunca foi revolucionário (o Reino de Deus está dentro de vós). Essa mentalidade se expressa com ênfase a partir da Revolução Francesa, totalmente contrária à Igreja Católica.
Enfim, toda minha solidariedade ao Frei Gilson porque o identifico como um verdadeiro católico que está cumprindo rigorosamente o Magistério da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, quando se opõe à ideologia perversa do comunismo!