A maior fazenda de açaí do mundo: tecnologia de ponta no coração da Amazônia produz o superalimento que conquistou o planeta

Com 1.400 hectares em plena floresta amazônica, viveiros próprios, irrigação automatizada, abelhas para polinização e uma indústria futurista com armazenamento a -27°C, a Açaí Amazonas mostra por que é referência global no cultivo sustentável do açaí.

Tudo começou em 2002, quando Eloi Luiz Vacaro viajou ao Pará em busca de sementes de milho. No caminho, se encantou com o açaí e vislumbrou um novo futuro. Após cinco anos de estudos e testes agrícolas na região de Santarém, nasceu a Açaí Amazonas, a primeira a implementar cultivos irrigados e em larga escala do fruto. Com experiência no agronegócio e foco na sustentabilidade, a empresa encarou o desafio e investiu pesado em tecnologia.

Hoje, a empresa conta com duas grandes fazendas: a Macupis (970 ha) e a Mangal (430 ha), totalizando 1.400 hectares. Destes, 100 hectares são dedicados exclusivamente à produção de açaí irrigado. O cultivo é sustentado por viveiros próprios, onde as mudas passam por um rigoroso processo de seleção antes de serem transplantadas para o campo.

A estrutura lembra a da maior fazenda de maçãs do Brasil, localizada no sul do país, que também se destaca pelo controle de qualidade em cada etapa, do viveiro ao empacotamento. Ambas mostram como o Brasil lidera quando se trata de agricultura de alta performance.

Solo protegido, irrigação de precisão e abelhas na linha de produção

Para manter a fertilidade do solo, a empresa planta capim mombaça entre as fileiras de açaí. A cada 30 dias, uma máquina chamada rolo-faca transforma esse capim em matéria orgânica, que protege o solo e o nutre naturalmente. O sistema de irrigação é todo automatizado, por gotejamento, levando água e nutrientes diretamente à raiz das plantas.

Colmeias de abelhas espalhadas pelo terreno garantem a polinização eficiente das flores, aumentando a produtividade e fortalecendo o ecossistema local. Esse é o tipo de solução que alia tecnologia com inteligência natural.

Da floresta para a indústria em tempo recorde

Após quatro anos de crescimento, os pés de açaí estão prontos para produzir. A colheita ainda é feita de forma tradicional, com bastões e caixas que comportam até 530 kg. A fruta segue imediatamente para a indústria localizada em Óbidos (PA), onde o processo é 100% automatizado.

Cada lote passa por um centro de controle com acompanhamento de engenheiros químicos, que garantem pureza e sabor. A joia da coroa é a máquina de refração de vapor, única no Brasil, que seca a polpa com ar filtrado em temperatura ambiente, sem calor ou frio direto, mantendo intactos os nutrientes.

Armazenamento de ponta e fornecimento o ano inteiro

Com dois túneis de vento que congelam 78 toneladas cada, a empresa consegue armazenar até 100 toneladas de açaí atualmente, mas a estrutura foi projetada para chegar a 7.200 toneladas em breve, todas conservadas a -27ºC. Essa capacidade permite fornecer açaí o ano inteiro, mesmo fora da safra.

Rastreabilidade, exportação e impacto global

Cada lote pode ser rastreado desde a muda no viveiro até a embalagem final, em um sistema de controle que atende os padrões mais exigentes do mercado internacional. O açaí da empresa é exportado para América do Norte, Europa, América do Sul e Ásia.

O grande destaque é o açaí em pó RWD, que preserva 100% dos nutrientes e pode ser usado em alimentos, suplementos e cosméticos.

Um superalimento com potencial ilimitado

Rico em fibras, ferro, cálcio, fósforo, vitaminas B1, B2, C e antioxidantes, o açaí contribui para a saúde cardiovascular, imunológica e ainda tem efeito rejuvenescedor. Além disso, toda a planta é aproveitada: folhas para cobertura de casas, galhos para artesanato, cachos para vassouras e muito mais.

A Açaí Amazonas não é apenas uma fazenda: é um polo tecnológico, científico e ecológico que mostra ao mundo como produzir com respeito à floresta e ao consumidor. Um orgulho nacional no topo da cadeia global do açaí.

Com toda essa tecnologia, estrutura e impacto, fica a pergunta: o que falta para o Brasil se tornar referência global também em outros superalimentos amazônicos?

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