O dólar apresentou queda firme na sessão desta segunda-feira (30), e fechou na casa de R$ 5,43, no menor nível desde setembro do ano passado. Após subir 27,34% em relação ao real em 2024, o dólar termina o primeiro semestre com perdas de 12,07%. O dia foi marcado por nova rodada de enfraquecimento global da moeda americana e pela queda das taxas dos Treasuries, em razão da percepção crescente de que aumentou o espaço para cortes de juros ainda neste ano pelo Federal Reserve (o banco central norte-americano), que está sob ataque cerrado do presidente dos EUA, Donald Trump.
Divisas emergentes também se beneficiaram da melhora do apetite ao risco com sinais de que os EUA podem fechar acordos comerciais com parceiros relevantes antes de 9 de julho, data que marcaria a volta das tarifas recíprocas anunciadas por Trump em 2 de abril, no chamado “Liberation Day”. As negociações com o Canadá, que forma interrompidas, serão retomadas após o país revogar impostos a empresas de tecnologia dos EUA.
Com mínima a R$ 5,4247 à tarde, o dólar à vista terminou o dia em baixa de 0,89%, a R$ 5,4341 – menor valor de fechamento desde 19 de setembro (R$ 5,4242). A moeda encerra a semana com desvalorização de 4,99%, a maior perda mensal desde janeiro (-5,56%). O real apresentou nesta segunda o melhor desempenho entre as moedas globais mais líquidas, seguido de perto pelo peso chileno. A sessão foi marcada pela rolagem de posições no segmento futuro e pela disputa na formação da última taxa de Ptax não apenas de junho, mas também do segundo trimestre e do primeiro semestre, o que pode ter exacerbado os movimentos no mercado local.
No exterior, o índice DXY – termômetro do comportamento do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes – caiu cerca de 0,50% e rompeu o piso dos 97,000 pontos, com mínima a 96,806 pontos. O Dollar Index termina junho com perdas ao redor de 2,6%, levando a desvalorização no ano para perto de 11%, no menor nível desde março de 2022.
Ibovespa acumula ganho de 1,33% em junho
A virada de Petrobras (ON +0,86%, PN +0,54%) deu ímpeto extra ao Ibovespa, que estendeu as máximas da sessão a partir do início da tarde desta segunda-feira, recolocando-o aos 139 mil pontos no melhor momento do dia, aos 139.102,75 pontos. Ao fim, no maior nível de fechamento desde o último dia 16, o índice da B3 encerrou em alta de 1,45%, aos 138.854,60 pontos, saindo de mínima da sessão aos 136.429,87 pontos, em que iniciou aos 136.865,19. O giro financeiro foi de R$ 20,5 bilhões nesta última sessão de junho. No mês, o Ibovespa teve ganho de 1,33%.
Dessa forma, estendeu a série mensal positiva iniciada em março, com alta então de 6,08% – sucedida por avanço de 3,69% em abril e de 1,45% em maio. No segundo trimestre, o Ibovespa acumulou ganho de 6,18%, após alta de 8,29% no agregado entre janeiro e março. No ano, sobe agora 15,44%.
Foi o melhor primeiro semestre para o Ibovespa desde 2016 – no mesmo período de 2024, havia registrado seu pior desempenho no intervalo desde 2020, o ano inicial da pandemia. O melhor desempenho recente era de 14,88% do primeiro semestre de 2019 – superado agora, seis anos depois, mas ainda abaixo dos quase 19% de alta entre janeiro e junho de 2016, quando o Ibovespa avançou 18,87%. A alta de 15% do Ibovespa no primeiro semestre de 2025 foi ancorada pelo fluxo estrangeiro para o Brasil, com o maior saldo acumulado em três anos.
Nesta segunda-feira, o bom desempenho das ações de bancos – com ganhos acima de 1,5% para as maiores instituições -, combinado ao avanço de Petrobras, mais do que compensou o efeito negativo de Vale ON, a principal ação da carteira Ibovespa, que fechou em baixa de 0,66% – a única entre as principais blue chips no campo negativo no fechamento do dia. Na ponta ganhadora, MRV (+7,60%), Magazine Luiza (+5,91%) e Azzas (+4,70%). No lado oposto, Petz (-1,51%), CSN (-0,80%) e Usiminas (-0,72%).