Engajamento da direita nas redes supera esquerda, centro e centrão juntos, diz estudo

Políticos da direita têm duas vezes e meia mais engajamento nas redes sociais do que políticos de esquerda e de partidos de centro e centro-direita somados. A informação consta em um levantamento feito pela consultoria Bites a pedido do jornal Folha de S.Paulo.

Para medir o engajamento, o estudo considerou números de curtidas, comentários e compartilhamentos no Facebook, no Instagram, no YouTube, no TikTok e no X, de 1º de janeiro a 30 de maio de 2025.

De acordo com os números, os principais políticos de esquerda têm, somados, menos da metade dos seguidores da direita e registraram apenas um terço do engajamento obtido por eles neste ano.

O recorte do levantamento publicado pela Folha na terça-feira 1º revela números relacionados a 250 deputados federais, senadores, presidente, ex-presidente, ministros, primeiras-damas, governadores e prefeitos de capitais com maior número de seguidores.

Dentro desse recorte, 84 parlamentares são de centro ou do centrão, 88 da direita e 78 da esquerda.

Estudo revela maior organização da direita nas redes

Políticos de direita registraram 1,48 bilhão de interações nos cinco primeiros meses do ano, segundo o levantamento. Os políticos de esquerda registraram apenas 417 milhões.

Políticos de centro e do centrão registraram 171 milhões de reações ao conteúdo postado no mesmo período.

O engajamento da direita também é maior por postagem, com média de 12.894 interações por publicação. Nas publicações da esquerda, a média de interações cai para 4.699. Já no centro e no centrão, fica em 3,9 mil.

Segundo o diretor técnico da Bites, André Eler, o sucesso da direita nas redes sociais está ligado a uma maior organização.

“É uma bolha mais ativa e mais engajada, o que acaba gerando um volume maior de interações”, disse Eler à Folha. “Tem mais gente interessada o tempo inteiro nesse conteúdo.”

Como exemplo do descompasso da esquerda, Eler destaca o trabalho dos deputados federais Guilherme Boulos (Psol-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP) nas redes sociais. Ambos são figuras influentes do mesmo campo político, mas muitas vezes encampam discursos antagônicos.

Além disso, Eler ressalta que nem todos os ministros do governo possuem redes sociais, e o presidente Lula costuma manter-se longe dos embates nas redes.

Somados, os 33 ministros que possuem redes sociais têm pouco mais da metade dos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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