Nesta segunda-feira, 07/07, o brasileiro acordou com a notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, que até hoje ignorou completamente Lula da Silva, fez uma postagem em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme imagem reproduzida abaixo.
A síntese é: “Bolsonaro é inocente, está sendo perseguido, parem com isso”. Quem está dizendo é, antes de tudo, um homem que durante quatro anos sofreu o mesmo processo nos EUA. De todo modo, desde processos de natureza pessoal (denúncia de uma amante), até a responsabilidade pela invasão do capitólio, passando por questões fiscais etc., Trump foi alvejado pelo sistema liderado por Biden. Sofreu por lá o que sofreu Bolsonaro sofreu por cá e somente foi candidato e se elegeu presidente porque por lá ainda há juízes com J maiúsculo, restritos à Lei e não militantes togados.
Imediatamente, a horda petista e o próprio Lula da Silva retrucaram com um discurso do tipo “somos soberanos, aqui está tudo certo, não se meta conosco”. Mais ou mesmo o que disse Nicolas Maduro quando foi pego fraudando o resultado eleitoral e perseguindo seus opositores.
Até seria natural que Lula se erguesse como “defensor da soberania” se não tivesse ido pedir ajuda ao ditador chinês para censurar as mídias sociais aqui no Brasil, se não tivesse dado asilo secreto à ladra condenada na Bolívia, se não tivesse ido à Argentina fazer fotinha pedindo liberdade para a ladra presidiária e, principalmente, se não fosse ele mesmo um agente do globalismo à medida que entrega a Amazônia aos interesses internacionais. Além de tudo isso, o Trump está certo. Bolsonaro é caçado há anos pela justiça, sendo ela totalmente aparelhada pela ideologia de esquerda que pretende declaradamente nos recivilizar, como se fôssemos chimpanzés.
Isto posto, pode-se dizer que, considerando o padrão Trump de ação neste segundo mandato, a sua postagem, apesar de reta e sisuda, foi leve. Apenas expôs a questão e fez um pedido enfático. Leve? me perguntaria o amigo leitor. Sim, caro. Há semanas, o governo americano tem à mão os elementos necessários e suficientes para editar sobre autoridades brasileira decretos baseados na Lei Magnitsky, o que representaria um verdadeiro tsunami na vida dos sancionados. Bastaria uma canetada ao invés de uma postagem para que uma certa urubuzada corresse para a floresta, dando chiliques homéricos acusando o Trump de intervenção na vida brasileira.
Os lulopetistas tomaram a última frase do post do Trump como uma ameaça. “DEIXEM O BOLSONARO EM PAZ!” em caixa alta repercutiu como um grito e, de fato, é, mas não é uma ordem. Creio que seja um pedido, um protesto, como uma faixa na manifestação. Por enquanto, o Trump está elevando a voz para que seja ouvido, já que os sinais normais não estão sendo percebidos. Torço que seja isso, porque se, de fato é uma ameaça e o Sistema por cá resolver avançar para cima do Bolsonaro com todos os dentes e garras, talvez, quem sabe, o agente externo mais poderoso do mundo resolva se mover e, sabe-se, aquele elefante não tem muita delicadeza quando caminha.
Sinceramente, não gosto nada disso. Sou dos que acham que nossos problemas deveriam ser sempre resolvidos internamente. O problema é que o processo democrático foi rompido, sob a omissão cúmplice do parlamento, o Sistema bancou o desembesto jurídico e os princípios democráticos como o devido processo legal, a autonomia e independência dos poderes etc., foram mandadas para o espaço. Vivemos hoje um processo de implantação de um regime autoritário sustentado no judiciário, que desbordou sua competência e determina as grandes balizas dentro das quais funciona o estado brasileiro. De sua parte, o parlamento se mantém submisso
Como disse Ruy Barbosa “sob a ditadura do judiciário não temos a quem recorrer”, então, como modernamente a geopolítica abrange mais que a territorialidade, parece razoável ao náufrago aceitar o socorro de quem está na margem.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.
