Em reunião sem assessores, Tarcísio promete pressionar governadores e parlamentares dos EUA

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reuniu, nesta terça (15), três representantes dos Estados Unidos no Brasil e 17 autoridades da indústria de São Paulo para uma conversa sobre o tarifaço. O encontro, que durou cerca de uma hora e meia, aconteceu a portas fechadas — inclusive, sem a presença de assessores da própria gestão estadual ou terceiros — e terminou sem pronunciamento à imprensa. Todos os presentes saíram pelas portas dos fundos ao término da reunião, marcada para 10h no Palácio dos Bandeirantes.

Do lado norte-americano, marcaram presença Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada dos EUA no Brasil; Natália Arenas, chefe adjunta da seção político econômica da embaixada; e Benjmin Wohlauer, cônsul-geral dos EUA em São Paulo. Do lado do Estado, estavam nomes do setor cafeeiro, de carnes, madeireiro, do suco, da aviação, entre outros.

Aliados do governador relataram que Tarcísio pretende pressionar governantes e parlamentares dos EUA para mostrar que a tarifa pode elevar os preços para os consumidores americanos. Segundo uma fonte, cada setor teve oportunidade de falar com os representantes da embaixada e consulado. Depois, foi pedido que os apelos fossem direcionados aos Departamentos de Estado e Comércio dos EUA. Em nota, o governo de São Paulo disse que, durante o encontro, Tarcísio “falou da importância do diálogo e estabelecimento de caminhos para fortalecer as parcerias da indústria paulista com os Estados Unidos”.

Paulo Skaf, ex-presidente da Fiesp, também participou do encontro. Ele foi, inclusive, um dos articuladores da conversa, pela proximidade com o setor privado. Ao término do evento, divulgou uma nota chamando a reunião de “positiva”. Ele também disse que “todos os esforços devem ser feitos no campo diplomático para superar os impactos das novas tarifas” e que “o momento exige maturidade, firmeza e cooperação”, com negociação e diálogo.

Novo discurso

A reunião aconteceu no mesmo dia em que o governo federal também reuniu autoridades sobre o assunto. Recentemente, Tarcísio foi criticado por empresários após culpar Lula pelas tarifas e se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro; o setor espera uma postura mais neutra e independente do chefe do Executivo paulista, que é visto como alguém mais moderado do que o aliado. O objetivo do governador, agora, é se posicionar como interlocutor do Estado focado em resolver as tarifas para São Paulo, mais afetado pelas possíveis tarifas.

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