“Isso é uma afronta à Constituição”, diz Arlenilson Cunha sobre prisão de Bolsonaro

O deputado estadual Arlenilson Cunha (PL) se manifestou nesta terça-feira (5) contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na sessão ordinária realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Arlenilson usou a tribuna para se posicionar sobre o cenário político nacional e manifestar apoio ao ex-presidente. Em sua fala, ele alertou para o que considera uma ameaça ao Estado Democrático de Direito, ao comentar as decisões judiciais tomadas contra o ex-chefe do Executivo.

“O Acre representa hoje apenas 1% na questão eleitoral do país. Mas o acreano também é brasileiro, e nós não podemos ficar alheios a esse tema, porque estamos caminhando para um verdadeiro estado de exceção”, declarou.

O deputado criticou o fato de Bolsonaro estar sendo julgado diretamente pelo Supremo Tribunal Federal, afirmando que o correto seria o julgamento ocorrer em uma instância inferior, por um juiz natural, como ocorreu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, julgado inicialmente pela 13ª Vara Federal de Curitiba.

“Isso é um precedente perigoso. Você pode até não gostar do Bolsonaro, mas o que estamos vivendo é uma afronta à Constituição, um desrespeito ao Estado Democrático de Direito”, ressaltou.

Defesa da liberdade de expressão

No grande expediente, Arlenilson retornou à tribuna para reforçar a defesa da liberdade de expressão de Bolsonaro e questionar o que chamou de incoerência no tratamento dado à oposição no Brasil. Ele comparou a situação do ex-presidente com o período em que Lula esteve preso e concedeu entrevistas à imprensa.

“Quando o presidente Lula estava na cadeia, ele deu 22 entrevistas. E por que o Bolsonaro não pode se manifestar, não pode criticar a Justiça? Que Brasil é esse que nós estamos vivendo?”, indagou o deputado, defendendo que todos os brasileiros, inclusive líderes políticos, têm o direito de discordar de decisões judiciais.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar afirmou também que a medida não se deu por crimes comuns, mas por questões políticas.

“A prisão do presidente Bolsonaro não foi por lavar dinheiro, corrupção ou crime comum, mas por ter uma mensagem enviada aos manifestantes do dia 3 de agosto, enviada pelos seus filhos. Isso é uma verdadeira afronta ao Estado de democracia e direito. E a sua prisão decretada é uma verdadeira escalada arbitrária que estamos caminhando para o Estado de exceção”, declarou.

Apoio

A manifestação de Arlenilson se soma à de outros políticos de direita do Acre que já haviam se posicionado em defesa do ex-presidente, como os senadores Alan Rick e Márcio Bittar, além da ex-deputada federal Mara Rocha.

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