Flávio Bolsonaro defende vídeo que levou à prisão do pai: ‘Postei por minha convicção’

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saiu em defesa da publicação que motivou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (5), Flávio afirmou que postou o vídeo “por convicção” e negou qualquer intenção de burlar as medidas cautelares impostas pelo Supremo.

“Fui eu quem postou, não foi o presidente Bolsonaro que pediu para eu postar, para indiretamente usar redes de terceiros”, afirmou o parlamentar. Segundo ele, o vídeo mostrava o ex-presidente “simplesmente agradecendo às pessoas que estavam em Copacabana”, durante ato realizado no último domingo (3).

A publicação, feita nas redes sociais de Flávio, foi apagada pouco tempo depois, mas serviu de base para Moraes sustentar que Bolsonaro teria desrespeitado as restrições judiciais, que o impedem de usar redes sociais próprias ou de terceiros desde 18 de julho. O ministro entendeu que o conteúdo foi fabricado intencionalmente para ser veiculado por aliados.

“E foi o que eu fiz com a convicção de que, na cabeça de qualquer pessoa, não teria problema algum”, declarou o senador, que também criticou a atuação do ministro. “Mesmo assim, ele toma essa decisão — e tenho certeza — sem ouvir nenhum ministro, sem ouvir a Procuradoria-Geral”, disparou.

A decisão de Moraes, proferida na segunda-feira (4), cita o uso de material pré-produzido por Bolsonaro como estratégia para incitar apoiadores e pressionar as instituições democráticas. O ministro classificou os atos como “continuação de práticas ilícitas”, com potencial para afrontar a soberania nacional ao estimular interferências externas em assuntos internos do Brasil.

Na avaliação do STF, ao permitir a publicação do vídeo por meio de terceiros, Bolsonaro violou as medidas cautelares impostas no contexto do inquérito que investiga tentativa de obstrução de Justiça e organização criminosa. Além da prisão domiciliar, o ex-presidente está proibido de manter contato com outros investigados, receber visitas não autorizadas, utilizar aparelhos eletrônicos e se comunicar com embaixadores.

A polêmica reacendeu o embate entre o Judiciário e aliados do ex-presidente. Enquanto Flávio reitera que agiu por conta própria e sem intenção de desobedecer a Justiça, a decisão de Moraes reforça a tese de que há uma articulação para driblar restrições e manter ativa a comunicação com a base bolsonarista.

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