O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, afirmou que o governo federal estuda aumentar a adoção de frutas em bebidas como uma das medidas previstas no plano de contingenciamento. A iniciativa beneficiaria o setor de frutas, já que esses produtos passaram a ser taxados em 50% pelos Estados Unidos.
“Nós podemos, e já estamos fazendo isso, estudando tecnicamente, como regulamentar uma adição maior de fruta, de suco de fruta, por exemplo, nas próprias bebidas, nos próprios refrigerantes, nos próprios sucos envasados, recategorizar isso”, disse o Fávaro a jornalistas nesta quarta-feira, 06, após participar de uma cerimônia de acordo de cooperação entre Sebrae e Mapa.
O ministro não detalhou como isso será feito e nem todos os produtos, que poderiam ter uma adição maior de alimentos, são de responsabilidade da pasta da Agricultura. Além disso, a proposta depende de uma mudança por decreto presidencial.
O Mapa é responsável pelas bebidas. Nesse sentido, há categorias diferentes para cada tipo de bebida. Por exemplo, no caso de refrescos ou bebida de frutas o enquadramento previsto é de:
laranja, tangerina e uva: conter no mínimo 30% do volume de suco;
limão ou limonada: no mínimo 5% do volume;
maracujá: no mínimo 6% do volume;
maçã: no mínimo 20%.
Há ainda determinações para refrigerantes, chás, xaropes, bebidas fermentadas de frutas, licor, hidromel, aguardente de frutas e néctar. Todos são tipos distintos de alimentos e tem teores diferentes de mistura de polpa, suco e extrato de frutas.
Ministro acredita em aumento da lista de exceções
Na última semana, o governo americano oficializou a tarifa de 50% aplicada e também instituiu uma lista de exceções. Fávaro lembrou o caso do suco de laranja, que passou a integrar essa listagem. Na opinião do ministro, é possível que mais produtos da agropecuária brasileira sejam incluídos.
“Eu acho que o diálogo vai prevalecer, nós vamos superar o desafio das carnes, nós vamos superar o desafio do café, do mel, do pescado e também dos demais produtos”, afirmou.
Ele ainda voltou a indicar que a busca agora será intensificar novos mercados, além de ampliar o acesso das empresas para mercados já abertos. No caso da carne bovina, Fávaro citou o exemplo do Vietnã, mercado aberto em março e que já tem duas plantas habilitadas para exportação.
“Qual é o trabalho agora, então? Ampliar as habilitações para 15, 20, 30 plantas frigoríficas habilitadas. Ampliar as habilitações para a Indonésia. Ampliar as habilitações para a China. Ampliar os mercados de pescado, por exemplo, para a América Central, que a gente ainda não tem um mercado para pescado”, pontuou.
Questionado sobre quando o setor público deve começar a comprar parte dos produtos não exportados aos americanos, Fávaro não respondeu. Apenas disse que será dado um “olhar específico para cada setor”, alinhado com o discurso do governo de que as medidas vão atender caso a caso, inclusive possíveis linhas de crédito emergencial. Ainda segundo ele, o governo já tem mapeado quais empresas serão mais impactadas.