Valterlucio Campelo: ‘A extrema-burrice anda solta’

Nos últimos anos, para que o conservadorismo fosse jogado num gueto ideológico dando vez ao progressismo galopante, a esquerda incrustrada nas redações e universidades resolveu classificar qualquer coisa que não significasse rendição à sua agenda podre, de extremismo de direita. É claro que isso só pode acontecer com uma boa dose de burrice.

De 2023 para cá a coisa destrambelhou. Governo, mídia, judiciário, militantes e outras instituições aparelhadas pela esquerda tentam mover a “janela de Overton” (leiam a respeito) para a esquerda, de modo que qualquer coisa que seja vista à direita é dada como extremismo de direita. Mais uma das trambicagens utilizadas para gerar o isolamento de uma parcela da população que discorda radicalmente do itinerário tomado pelo lulopetismo, que volta à cena do crime.

Reconheçamos, a bem da verdade, que este é um movimento global acirrado no Brasil. A “janela de Overton” fez surgir à esquerda o wokeismo com toda sua agenda pérfida, naturalizando aos poucos absurdidades como, por exemplo, a pedofilia (dada como doença), a transgenerização infantil e o aborto às vésperas do parto. Para essa gente ignorante, as pessoas terão que abandonar às pressas todos os seus valores morais e religiosos, sob pena de serem etiquetados como extremistas de direita e achincalhados em praça pública.

Assim é que a defesa da vida desde a concepção, a liberdade de expressão, a propriedade privada, a meritocracia, a família, a religião católica, a moral cristã etc., se transformaram em extremismo de direita. A burrice é tal que revogaram a biologia, criando ao gosto do freguês dezenas de títulos que não resistem a uma ultrassonografia ou a um exame de cariótipo.

É claro que isso não aconteceria sem resistência. O mundo não seria moldado repentinamente por uma porcaria dessas nem que venha como tsunami, os valores milenares da sociedade não se deixariam levar por esse samba maluco só porque é barulhento. Então, em muitos países, as pessoas se juntaram em torno das boas ideias e, em muitos casos, conseguiram reverter ou, pelo menos, conter o processo de revolução woke que serve de ponta de lança ao velho e imundo socialismo.

Em palavras bem simples para que eles também entendam, pode-se dizer que o embate foi dado em torno da disputa entre Lulopetistas e Bolsonaristas (é claro que a questão é bem mais complexa). Aquele concerto mídia-lulopetismo-judiciário-instituições deu homéricos cavalos de pau na legislação, violaram a liberdade de expressão e o processo eleitoral (né, USAID?) e deram posse a um criminoso descondenado. Daí em diante, pensaram, bastaria manter o cabresto judicial, criminalizar a oposição, irrigar financeiramente os capitalistas da cozinha, liberar a tigrada na imprensa e no Congresso Nacional, prender ou tornar inelegível os expoentes da direita e pronto, estaria pavimentado o caminho da venezuelização do Brasil.

Ocorre que somos muitos, e não estamos sós. Passado o primeiro susto com a prisão injusta de milhar de pessoas inocentes, a série de abusos, incluindo morte e tortura nos presídios federais, nos fez reanimar. As ruas se encheram novamente de verde e amarelo, em vários lugares, diversas vezes, dizendo aos carrascos que não seríamos derrotados sem luta.

Com a vitória de Trump nos EUA, que, aliás, sofreu o mesmíssimo processo de perseguição, incluindo tentativas de assassinato, uma luz foi percebida, vinda justamente do país farol da liberdade. Seis meses depois, estamos em um momento de virada. Os EUA no uso de seu poder e atribuições, sucessivas vezes, por declarações, cartas e atos formais como a suspensão de vistos e a sanção sobre o violador dos direitos humanos, ou, ainda, pelo tarifaço sobre produtos brasileiros, diz claramente que não observará de braços cruzados o Brasil se transformar em uma ditadura plena espelhada na Venezuela.

Então, assim, de repente, a esquerda descobre, para se safar, um valor conservador – o patriotismo. Ora, ora. Quando foram pedir apoio e grana ao Biden para intervir nas eleições brasileiras de 2022, a “soberania” ficou onde? Cambada de hipócritas! Perseguem, monitoram, falsificam, calam, prendem, multam e fazem tudo isso chamando o outro lado de extremistas!

A burrice dessa gente não tem outro argumento senão aquele falso, criado por eles mesmos – o extremismo de direita. Deveriam estar preocupados em mudar as leis no parlamento e não na canetada suprema. Deveriam, em nome, da democracia permitir eleições limpas e auditáveis. Deveriam, por responsabilidade, cuidar do equilíbrio fiscal e não comprometer o futuro da nação com dívida crescente. Deveriam, enfim, abandonar essa retórica de chão de banheiro de rodoviária.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

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