A Polícia Federal cumpriu, no início da noite desta quarta-feira (20), um mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares contra o pastor Silas Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A medida foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da PET nº 14129, que investiga tentativa de obstrução de Justiça relacionada à trama golpista. Além da apreensão dos aparelhos, o pastor foi alvo de medidas cautelares alternativas à prisão, entre elas a proibição de deixar o país e de manter contato com outros investigados.
Malafaia foi abordado por agentes federais logo após desembarcar de um voo vindo de Lisboa. Ele foi levado para dependências do aeroporto, onde prestou depoimento à PF. As medidas foram solicitadas pela própria Polícia Federal ao STF e tiveram o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), em parecer emitido no dia 15.
Segundo o procurador-geral, Paulo Gonet, as investigações reuniram diálogos e publicações em que Malafaia “aparece como orientador e auxiliar das ações de coação e obstrução promovidas pelos investigados Eduardo Nantes Bolsonaro e Jair Messias Bolsonaro”. “Impõe-se concluir que estão associados no propósito comum, bem como nas práticas dele resultante, de interferir ilicitamente no curso e no desenlace da Ação Penal n. 2668 [da tentativa de golpe], em que o ex-presidente figura como réu”, declarou Gonet.
Leia nota da Polícia Federal
A Polícia Federal concluiu as investigações que apuraram ações de coação no curso da Ação Penal n° 2668, em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório final foi encaminhado ao STF, nesta sexta-feira (15/8), com o indiciamento de um deputado federal, atualmente no exterior, e de um ex-presidente da República, pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.