Em artigo, Valterlucio diz que voto de Fux expõe fragilidade do julgamento contra Bolsonaro

Políticos e jornalistas que há meses vem repetindo o mantra SEM ANISTIA, para que Bolsonaro e seus apoiadores sejam mantidos presos, apesar de não haver crime e do inquérito ter corrido por fora do devido processo legal em vários de seus fundamentos, acordaram com aquele espírito de lagartixa que escapou sem o rabo. Isto porque o Ministro Luís Fux foi avassalador em seu voto nesta quarta-feira que ficará para a história.

Durante todo o dia, adentrando pela noite, Fux, para dar seu voto absolvendo Jair Bolsonaro e outros, derrubou com maestria ponto a ponto, praticamente todas as alegações da acusação, digo, do relatório produzido pelo ministro Moraes e acompanhado pelo ministro Dino.

Em síntese, Fux concluiu pela incompetência do STF para julgar o caso (nenhum acusado tem foro privilegiado), pediu a nulidade do das decisões tomadas até aqui, lembrou a competência do Plenário que está sendo abolida e que o caminho correto é descer à primeira instância, acusou o juízo político que contaminou as decisões, lembrou da competência constitucional do STF, acusou o uso político de decisões, afirmou que falta rigor técnico a muitas decisões, exibiu a excepcionalidade do julgamento pelo STF em matéria criminal, mostrou que juízes não mantiveram o afastamento e imparcialidade necessária, ensinou o obvio – in dubio pro réu… enfim, Fux deu de graça um curso de direito aos colegas que parecem ter esquecido suas primeiras aulas e, também, à nação brasileira.

Inesperado? Sim. Embora já se soubesse que Fux estava sinalizando uma divergência, o arraso que fez foi de deixar borradas as supremas togas. Um carão necessário de quem, sendo juiz de carreira, conhece o seu serviço que não é, como pensam alguns, recivilizar a sociedade ou derrotar o bolsonarismo. O povo é que avança, sem empurrões, na própria civilização e é, também, quem derrota ou elege quem quer que seja em eleições necessariamente justas.

A esquerda e seus cães dirão nesta quinta-feira que não adianta porque os outros dois da Turma (Zanin e Carmén Lucia) vão acompanhar o relator. Claro que vão. Um, até ontem era advogado do Lula e, a outra, é aquela que na cara dura disse que só um pouco de CENSURA seria suportável, desde claro, que incidisse sobre o adversário, como se viu largamente durante as eleições.

Então o Bolsonaro será condenado apesar de todas as inconstitucionalidades claramente mostradas pelo ministro Fux. A esquerda que matou Charlie Kirk, um jovem e brilhante americano que dava palestra em uma universidade americana, se regozijará. Enfim, prendemos Bolsonaro! Gritarão nos jornais, já que nas ruas não haverá ninguém. Acham, certamente, que assim como na Venezuela, tirar na marra o adversário do processo eleitoral resolve a questão. Considero bastante discutível.

Penso, diferentemente de toda a esquerdalha que infesta as redações, que a prisão de Bolsonaro, flagrantemente injusta e ilegal como demonstrou Fux, apenas avivará o sentimento de rejeição do brasileiro em relação às suas instituições. O jogo ficou hoje ainda mais claro para a população. Bolsonaro está sendo vítima de uma perseguição implacável, de um julgamento viciado e político, fora das atribuições do STF. As eleições de 2026 estarão contaminadas pelo sentimento de injustiça.

Sim, também lá fora, em todos os países, a Corte Suprema brasileira será vista mais claramente com o um órgão político à serviço de uma causa – o lulopetismo e suas decorrências, todas elas ancoradas numa ideologia de esquerda, da mesma natureza daquela que matou a jovem liderança americana com um tiro no pescoço, aliás, matar covardemente nunca foi problema para os socialistas.

Donald Trump vai reagir? Provavelmente. Esperemos o final, com os votos já carimbados no Palácio, de Zanin e Carmen, mas, se tudo correr conforme o combinado naqueles jantares e encontros secretos, o resultado será de 4 x 1. De qualquer modo, considerando-se o voto do Fux, é bem possível que mais uma fornada de sancionados seja apresentada ao público. Trump, que já estava bravo com o assassinato da ucraniana Iryna Zarutska, está espumando com a morte de Charlie Kirk e, seguramente, nada satisfeito com Lula que anda de mãos dadas com Petro querendo legalizar a cocaína, enquanto as FFAA americanas encostam no flanco da Venezuela em combate ao narcotráfico. Os CPF’s supremos que se cuidem.

É claro que os jornais e o exército midiático esquerdista tentarão desmerecer o voto de Fux, escarafunchar letra por letra, encontrar supostas contradições… talvez até ir na vida privada do ministro, enfim, descredibilizar. A grande imprensa e seus comentaristas encomendados farão fila para amenizar o estrago que Fux fez nas teses a que se opôs, é do jogo, seremos mais.

Sabe o leitor que estamos vivendo tempos históricos. No Brasil, apesar do peso da ditadura em implantação, da censura total que estão querendo instalar, dos processos ilegais a que estamos sujeitos, do serviço sujo que faz a imprensa avassalada, dos políticos vendidos na bacia das emendas PIX, este dia estará escrito na história como aquele em que, indo contra a Lei e o povo, o Sistema se moveu pisoteando esperanças e acolhendo serviçais. Fiquemos de pé, como dizia Olavo de Carvalho, sem parar, sem precipitar, sem retroceder.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWSe, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

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