O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), jantaram juntos no Palácio dos Bandeirantes no último domingo (14) antes da anistia ser pautada na Casa. A conversa, segundo interlocutores, foi considerada a “última cartada” de Tarcísio em prol da anistia e motivou a decisão do chefe do Executivo paulista de não viajar a Brasília na segunda-feira (15), como estava previsto.
Também estavam presentes o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, e o presidente da sigla em São Paulo, Roberto Carneiro. O encontro, que durou cerca de duas horas, firmou a decisão de Motta de pautar o projeto de lei na Casa nesta semana, como aconteceu na noite de ontem (17).
A atuação de Tarcísio pela aprovação da anistia nos bastidores tem um motivo: evitar maiores desgastes na imagem do governador. A avaliação de pessoas próximas é que o cancelamento da agenda em São Paulo para passar dois dias inteiros na capital federal em prol do texto, junto com o discurso bolsonarista de Tarcísio no 7 de setembro e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro poderiam prejudicar e gerar críticas e “narrativas contra o governador”. Por isso, ficou definido que ele sairia de cena, mas atuaria de forma interna. O jantar foi tratado fora da agenda e a portas fechadas.
No início da semana, ao desistir da viagem para Brasília, aliados do governador justificaram dizendo que ele tinha “reavaliado” a situação. “Todos os movimentos para pautar já haviam sido feitos. A avaliação é que a articulação está bem encaminhada”, disse um deles. Também foi falado que o projeto já “bem encaminhado com o Hugo Motta e outras lideranças”.