A deputada federal Carol De Toni (PL-SC) protocolou, na última sexta-feira (19), um requerimento na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados para discutir a escalada da violência política em universidades brasileiras. A parlamentar afirma que casos de intimidação, ameaças e agressões dentro de ambientes acadêmicos colocam em risco direitos constitucionais, como a liberdade de expressão e a autonomia universitária.
O documento menciona episódios recentes no Brasil e no exterior. Um dos exemplos citados foi o assassinato do ativista norte-americano Charlie Kirk, ocorrido no último dia 10 de setembro, durante um evento na Universidade do Vale de Utah, nos Estados Unidos. No cenário nacional, a deputada destacou relatos de estudantes e professores que teriam sofrido hostilidades em universidades federais.
Para a audiência, De Toni sugeriu a participação de nomes como os vereadores Lucas Pavanato (PL-SP) e Rafael Satiê (PL-RJ), além do advogado Jeffrey Chiquini, vítima de agressão em um episódio na Universidade Federal do Paraná (UFPR), e da presidente do movimento Novo Jovem, Isadora Piana. Segundo a parlamentar, a presença de diferentes vozes é fundamental para dar visibilidade ao problema e apontar caminhos de enfrentamento.
De acordo com o requerimento, a audiência deve reunir especialistas, representantes estudantis, juristas e autoridades de segurança. O objetivo é coletar informações e propostas que possam subsidiar futuros projetos de lei voltados à proteção de direitos políticos e ao combate à violência em espaços acadêmicos.
O texto do pedido também cita pesquisas que indicam a predominância da esquerda no ambiente universitário. Em Harvard, por exemplo, três em cada quatro professores se identificam como progressistas ou de extrema-esquerda, enquanto apenas 3% se declaram conservadores. No Brasil, levantamento realizado pelo Instituto Sivis mostrou que 46,9% dos estudantes de instituições públicas e privadas afirmam se alinhar à esquerda.
Outro caso mencionado é o de Wilker Leão, ex-aluno da Universidade de Brasília (UnB), expulso em 2024 após gravar aulas em que criticava professores por suposta doutrinação. Ele alega ter sido perseguido e aponta irregularidades no processo disciplinar. O episódio ganhou repercussão nacional após Leão ser condenado pela Justiça do Distrito Federal por calúnia e difamação contra um docente da instituição.