Para um dos maiores pecuaristas do Brasil, investir no Nelore e respeitar a natureza do gado garante eficiência, lucro e menos trabalho no manejo de corte.
Hoje, cerca de 90% do gado de corte no Brasil é criado em pasto, sendo apenas 10% destinado ao confinamento precoce. Para os produtores, isso significa menos trabalho intenso, menor gasto com mão de obra e alimentação, e maior previsibilidade no manejo reprodutivo. “Você deixa o gado seguir o ritmo da natureza, e ele cresce bem, saudável e com lucro”, afirma o especialista entrevistado pelo MF Cast.
Manejo do bezerro e nutrição da vaca
Um ponto crucial destacado na entrevista é a importância de tratar bem tanto a vaca quanto o bezerro. O bezerro precisa mamar adequadamente para se desenvolver, enquanto a vaca precisa de proteína e nutrição para manter a fertilidade. Quando se trabalha com cruzamentos industriais, é comum que os bezerros precisem de alimentação suplementar, aumentando os custos de produção.
No caso do Nelore, o manejo é mais simples: o bezerro mama normalmente, cresce no pasto e a vaca consegue parir e criar com menos intervenção humana. Essa eficiência reduz riscos e custos, além de favorecer a sustentabilidade da atividade.
Cruzamento industrial: quando vale a pena?
Apesar das vantagens do Nelore, o cruzamento industrial pode ter valor estratégico em alguns contextos. Algumas peças de carne, como picanha e alcatra, podem ser ligeiramente mais valorizadas. No entanto, para a maior parte dos cortes, a diferença de preço entre Nelore bem manejado e cruzamento industrial é mínima.
O produtor reforça que, do ponto de vista econômico, o Nelore supera o cruzamento em eficiência alimentar e custo-benefício. “Criar Zebu é muito mais barato e eficiente que criar europeu. Você gasta menos para gerar mais carne, e o gado cresce de forma saudável”, resume.
O consenso entre produtores e especialistas é que respeitar a natureza do gado é o caminho para uma pecuária rentável e sustentável. Criar Nelore no pasto, com manejo correto e atenção à nutrição de mãe e bezerro, garante produtividade, reduz custos e simplifica a rotina da fazenda.
Para quem busca eficiência, lucro e menor complexidade no dia a dia, a estratégia é clara: investir na raça Nelore, manter o gado solto no pasto e evitar cruzamentos complexos e intensivos. Como reforça o especialista entrevistado, “respeitar a natureza do gado é a forma mais segura de fazer pecuária de corte no Brasil”.