Agricultores franceses tentam pressionar o governo a se posicionar contra a aprovação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Convocados pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Agricultores (FNSEA), grupos de produtores rurais realizam no País, nesta sexta-feira, 26. 

m Versalhes, cerca de cem agricultores se reuniram simbolicamente na Place d’Armes, em frente ao Palácio de Versalhes, levando cerca de quinze tratores e um cartaz com os dizeres ‘A revolta camponesa recomeça em Versalhes’. Eles se posicionaram na entrada do palácio, onde acenderam uma fogueira e sinalizadores verdes. 

O local, historicamente associado às manifestações populares no início da Revolução Francesa, foi escolhido para dar maior visibilidade ao ato. “O objetivo desta mobilização é obviamente atrair a atenção do chefe de Estado [o presidente Emmanuel Macron]”, afirmou Arnaud Rousseau, presidente da FNSEA, à Agence France-Presse. As autoridades estimam a participação de quase 3 mil pessoas em cerca de 70 ações organizadas em todo o território francês. 

Segundo Rousseau, a abertura do mercado a produtos importados sem respeitar os padrões franceses de produção coloca em risco a sobrevivência da agricultura local. “O chefe de Estado precisa reagir. O primeiro-ministro precisa se reunir conosco com urgência”, reforçou. 

A FNSEA também solicitou um encontro “rápido” com o chefe de governo. “Se, no outono, precisarmos nos remobilizar para que nosso setor não se torne enfraquecido, empobrecido e abandonado, retornaremos”, avisou. 

Além do acordo Mercosul-UE, cujo processo de ratificação foi iniciado por Bruxelas no início de setembro, os agricultores criticam ainda as tarifas impostas pelos Estados Unidos e cobram maior clareza do governo francês sobre sua atuação nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia. 

O grupo promete ainda mais mobilizações. A Confederação Camponesa, terceiro maior sindicato agrícola do país, convocou ainda uma manifestação com tratores em Paris no próximo dia 14 de outubro.