DNIT do Acre pode entrar para o Guinness Book com a maior colcha de retalhos do mundo

Como diria Boris Casoy: “Isso é uma vergonha.”

Parece que, felizmente, alguns cidadãos empáticos despertaram para as ações do DNIT em relação à BR-364, no que diz respeito principalmente aos trechos entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

Que bom! Nunca é tarde para se juntar a uma causa nobre.

Talvez pelos impropérios ditos por motoristas que dependem dela para o sustento de suas famílias, trafegando dia após dia nessa “ex-trada” que mais parece uma colcha de retalhos.

Compreensível!

Ecos da indignação humana dos que pagam o combustível e os impostos mais caros do país reverberam por todo o Estado.

Aliás, proprietários de veículos que moram no interior deveriam ser isentos de tais pagamentos, haja vista já terem muitos gastos com suspensão, para-brisa, rodas, pneus, cárter furado, para-choque etc.

Sem contar que, a cada dia, inventam um novo problema para “botar mais pressão” nos corações angustiados.

Parece também que, para alguns, não faz diferença: podem aumentar o que for e o quanto for. “Eu não pego essa ‘BR’ mesmo!”, deve passar pela cabeça de alguns em um lapso de lembrança do trabalho que deveria ser feito.

Suas músicas de final de semana têm no top hits a música “Tô nem aí!”.

Mas é auspicioso saber que conterrâneos despertaram para os necessitados que não usam estradas para passear, aquela minoria esquecida, que não dá voto.

Caminhoneiros que deixam suas famílias às vezes por semanas para trazer itens de primeira necessidade, principalmente alimentos.

Outros trazem aquelas bugigangas que você pede pela internet, o que também é uma ação por direito.

Taxistas e outros autônomos que precisarão de um transplante de rim em alguns anos.

‘Freteiros’ e outros que, dia a dia, vão desgastando seus discos da coluna.

Falando em saúde, é um eterno leva e traz: trazem remédios e levam enfermos.

Muitos não estão nem aí para isso, mas tenho certeza de que, no dia em que você vir um parente seu saindo de Feijó ou Tarauacá para Cruzeiro do Sul, ou de Manuel Urbano para Rio Branco, dentro de uma ambulância, chegando pior de quando saiu, você vai começar a “exigir direitos”.

Interrogações

O cidadão acreano gostaria realmente de entender algumas coisas:

Por que a verba só é liberada próximo à chegada do inverno (período chuvoso para os nortistas)?

Por que o serviço que é feito dura tão pouco tempo?

Só não me venham com respostas ruins, como as de alguns governadores do passado que diziam que o solo é ruim. Gostaria de lembrá-los de que o Japão construiu um aeroporto em cima do mar.

Ponte sobre o Caeté

Alguns pronomes relativos devem ser ressuscitados por algumas autoridades.

Quando, como e quanto são perguntas não feitas e, portanto, sem respostas, para que a transparência seja límpida como a água do rio Caeté assentada.

Como isso foi acontecer em pleno século XXI, com tanta tecnologia à disposição da engenharia?

Pior: passei várias vezes pela ponte e não vi viva alma trabalhando.

É bom lembrar que o rio começa a encher, e o fluxo e tamanho de veículos automotores que passam por cima daquelas águas não são mais como há 15 anos atrás.

Outras perguntas que não querem calar:

A balsa dará conta?

Quantos por cento o Brasil está crescendo ao ano mesmo, segundo algumas publicações?

Nossa economia está bombando?

Como Brasília está gastando como se não houvesse amanhã, poderiam mandar dinheiro para fazê-la toda de concreto armado, como em país sério, ou Estado governado pelo Romeu Zema.

Parece que a única ponte que vai ficar mais em voga nos próximos anos será a “ponte de safena” que será colocada em motoristas que não aguentam mais nem a pressão atmosférica; imaginem a dessa “BR” aí.

Os donos de oficinas mecânicas e de lojas de autopeças estão muito contentes, mas já passou da hora de olhar para outros coitados.

Pacientes do SAMU e os sem paciência do Vale do Juruá agradecem.

Só para finalizar: urgência não quer dizer uma circunstância que, por ser muito delicada, séria ou grave, possui prioridade em relação às demais? Que necessita de resposta imediata; tem-se pressa?

Então, por que cargas d’água essa ponte não deu sinal de vida ainda?

No próximo capítulo, escreverei sobre a ponte sobre o Rio Tarauacá, outra ladainha da engenhosidade moderna.

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