Passeios, trilhas, saberes tradicionais e artes com produtos da floresta: esta é a Área de Proteção Ambiental (APA) Lago do Amapá, localizada em Rio Branco, capital acreana. Com alta demanda turística na região, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete) e de Meio Ambiente (Sema), iniciou estudos técnicos e diagnósticos para fortalecer as atividades realizadas na região.
As equipes realizaram as visitas nos dias 19 de setembro e 7 de outubro para melhor avaliação de cada espaço oferecido aos visitantes dentro da APA Lago do Amapá. Para Francismay Costa, turismólogo e técnico administrativo da Sete, o diagnóstico visa melhorar a infraestrutura da trilha e inserir sinalizações turísticas.

“Estamos dando sequência ao diagnóstico na APA Lago do Amapá, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e a comunidade. O papel da Secretaria de Turismo é de fazer um diagnóstico, melhorando a infraestrutura da trilha e trazendo uma sinalização turística do local, uma das coisas primordiais em uma trilha”, conta.
Rogério Modesto, coordenador da APA Lago do Amapá, destacou: “A ideia do trabalho sempre foi manter uma floresta com agricultura familiar. A agricultura deveria manter os recursos para que os investimentos fossem feitos nas culturas do açaí, do cupuaçu, do cacau e café, para fazer um café especial em agrofloresta, e mantendo a agrofloresta com algumas outras atividades, como a de turismo. Nossa expectativa é conseguir gerar uma renda para que a gente consiga tocar vários projetos e chegar em um momento em que a atividade se sustente sozinha, gerando recursos para a comunidade”.

Além das belezas naturais e das possibilidades de ecoturismo dentro da APA do Lago do Amapá, a região também é diversificada em fauna e flora. De acordo com o gestor da APA Lago do Amapá, Samyr Vieira de Farias, foi descoberta uma espécie de maracujá, chamada passiflora acreana.
“Nós temos aqui um exemplar da espécie passiflora acreana, uma espécie de maracujá nativo que ocorre apenas na APA Lago do Amapá. Foi descoberto por um professor da Ufac [Universidade Federal do Acre] e ela é uma espécie nova para a ciência. Não havia registro dela até então”, explica.

Tássio Fúria, guia de turismo, ressalta as possibilidades de segmentos turísticos dentro da APA do Lago do Amapá. “É uma área que compreende uma boa parte do Segundo Distrito de Rio Branco. Algumas atividades turísticas são realizadas aqui. Eu trabalho com trilhas de ecoturismo, mas tem as atividades de caiaque, observação de aves, e também já fiz camping aqui com pernoite. Então, tem um potencial imenso de fauna e de flora. A perspectiva é otimista de que cresça bastante e, principalmente, a sociedade acreana entenda e abrace isso”, destaca.

Artesanato com cascas e sementes da floresta
Além do potencial turístico, os visitantes podem conhecer também um pouco do artesanato acreano, com as artes feitas por Antônio Barbosa, artesão há 20 anos e morador da região.

“Há mais de vinte anos eu faço essas coisas. Só uma dessas casinhas tem 15 anos. Tudo eu saio colhendo dentro dessa mata, como semente, cascas e muitas coisas. Essa semana teve uma família que veio do Rio Grande do Norte, admirou muito e levou um bocado de coisa”, conta.

A APA Lago do Amapá é um lugar de conservação de biodiversidade e resgate de cultura, gastronomia e história, elevando o potencial turístico e a possibilidade de geração de renda para os moradores com o desenvolvimento do turismo de base comunitária na região.