Boi gordo sobe – mesmo que de forma tímida – por três semanas seguidas; veja as cotações

O mercado físico do boi gordo tem demonstrado uma reação positiva e contínua nas últimas três semanas, um movimento que, embora tímido, sinaliza uma recuperação importante para o setor pecuário brasileiro. Esta tendência de alta é observada em diversas praças pecuárias do país e reflete uma combinação de fatores, incluindo a demanda aquecida e a dinâmica dos frigoríficos.

Na principal praça pecuária do Brasil, São Paulo, o início da semana de 20 de outubro de 2025 foi marcado por avanços nas cotações das fêmeas terminadas. De acordo com a Scot Consultoria, os frigoríficos paulistas elevaram os preços oferecidos.

A vaca gorda registrou um aumento de R$ 3/@, alcançando R$ 285/@, enquanto a novilha gorda subiu R$ 2/@, chegando a R$ 300/@. Para os machos, o cenário permaneceu estável, com o boi “comum” e o “boi-China” mantendo os valores de R$ 307/@ e R$ 312/@, respectivamente.

Indicadores nacionais confirmam a tendência

A análise de consultorias especializadas reforça a percepção de um mercado em ascensão. O indicador Datagro encerrou a semana anterior com uma média de R$ 309,21/@, acumulando uma alta de 0,53%. Paralelamente, o índice CEPEA registrou um avanço de 0,50%, sendo cotado a R$ 309/@. Esses dados, apurados em 20 de outubro, evidenciam a consistência da valorização da arroba.

Cotações do Boi Gordo nas Principais Praças (20/10/2025) [2]:

RegiãoCotação Anterior (R$)Cotação Atual (R$)Variação (%)
São Paulo310,73311,38+0,21
Bahia286,05289,50+2,40
Rondônia285,84286,11+0,10
Tocantins295,57296,66+0,37
Minas Gerais298,31292,12-2,08
Mato Grosso300,00296,33-1,22
Goiás297,59297,03-0,19
Mato Grosso do Sul318,05317,58-0,15
Pará296,61296,55-0,02

Nota: A Bahia se destacou com a maior alta percentual, enquanto Minas Gerais apresentou uma queda expressiva.

Mercado futuro e exportações: Sinais otimistas para o boi gordo

O mercado futuro do boi gordo também reflete o otimismo. Os contratos fecharam a última semana com tendência de alta, rompendo a lateralização e testando novos patamares de resistência. Com exceção do contrato de outubro/25, que teve uma leve queda semanal de 0,18%, todos os demais contratos apresentaram valorização, como novembro/25 a R$ 325,10/@ (+0,74%) e dezembro/25 a R$ 329,70/@ (+0,52%).

Analistas da Agrifatto observam que, embora o ágio dos contratos futuros em relação ao mercado físico tenha diminuído, ele permanece acima de R$ 14/@, sinalizando um potencial de valorização da arroba no mercado físico nos próximos meses.

As exportações de carne bovina in natura também contribuem para o cenário positivo. A terceira semana de outubro/25 registrou um avanço significativo no volume diário, atingindo o maior patamar desde março/25. Foram enviadas 89,43 mil toneladas da proteína ao exterior, com uma média diária de 17,89 mil toneladas, representando um crescimento de 27,84% em relação à semana anterior. A receita acumulada com os embarques em outubro/25 soma US$ 1,11 bilhão, um forte crescimento de 48,92% frente ao mesmo período do ano anterior.

Demanda interna e fatores macroeconômicos

A demanda interna firme é outro pilar que sustenta os preços. Frigoríficos de menor porte, enfrentando escalas de abate encurtadas, demonstram maior agressividade na compra de gado. O analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, destaca que o consumo doméstico está próximo do auge, impulsionado pela entrada do décimo terceiro salário, criação de postos temporários de emprego e as confraternizações de fim de ano.

No mercado atacadista, os preços também se mantêm firmes, com o quarto traseiro a R$ 25,00/kg, o quarto dianteiro a R$ 18,20/kg e a ponta de agulha a R$ 17,00/kg.

Embora o dólar comercial tenha encerrado a sessão de 20 de outubro em queda de 0,65%, sendo negociado a R$ 5,4060 para venda, a desvalorização acumulada de 1,78% na semana pode influenciar as exportações, tornando a carne brasileira mais competitiva no mercado internacional.

O ambiente de negócios atual sugere uma elevação de preços no curtíssimo prazo, sustentada pela combinação de demanda doméstica robusta e um ritmo forte de exportações. A manutenção da agressividade na compra por parte de alguns frigoríficos e o potencial de valorização indicado pelo ágio nos contratos futuros reforçam essa perspectiva otimista para o setor.

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