Saiba como a transferência de embriões tem elevado a produção de leite em MT

A aplicação da biotecnologia de transferência de embriões sexados de fêmeas Girolando ½ sangue — raça bovina resultante do cruzamento entre as raças Gir Leiteiro e Holandês — tem elevado os índices de produtividade de pequenos produtores rurais em Mato Grosso.

Estudos técnicos da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) indicam que as vacas geradas por meio do Projeto de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro produzem, no mínimo, 15 litros de leite por dia, bem acima da média estadual atual de 4,34 litros. O número representa um aumento de 245,6%.

De acordo com a Seaf, a elevação da produtividade pode representar um incremento de até R$ 735,60 na renda mensal por animal. Iniciado em 2020, o projeto atendeu, até agora, 1.043 pequenos produtores em 32 municípios mato-grossenses e contabiliza 3.894 prenhezes (vacas no período de gestação) até o momento.

Os embriões utilizados são oriundos do cruzamento de vacas da raça Gir Leiteiro, com potencial produtivo superior a 5 mil quilos de leite por lactação, com sêmen sexado de touros da raça Holandesa, importados e avaliados segundo critérios internacionais de desempenho.

Segundo a secretária de Estado de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, o maior desafio da cadeia do leite em Mato Grosso é a baixa qualidade genética dos rebanhos. “Este projeto oferece uma resposta concreta, com tecnologia de ponta, para que o pequeno produtor possa competir, aumentar sua renda e permanecer no campo com dignidade. Estamos falando de inclusão produtiva com base em ciência e resultado”, afirmou, por meio de comunicado da assessoria.

O produtor Ademirson Machado recebeu, em 2023, embriões para implantação em novilhas de sua propriedade e, até o momento, contabiliza o nascimento de dez novilhas. “Estamos na expectativa com as prenhezes que já chegaram aos oito meses. Um embrião desses custa de R$ 3 mil a R$ 4 mil, e sozinhos a gente não conseguiria. Agora, com essa genética, espero aumentar a produção”, explicou o pecuarista.

Ainda de acordo com a Seaf, o projeto oferece assistência técnica no campo. A execução conta com parcerias fundamentais com prefeituras, cooperativas e associações. A Empaer é responsável pelo suporte técnico direto, incluindo capacitação dos produtores e acompanhamento da evolução dos animais.

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