Inovação biotecnológica transforma o manejo agrícola no Brasil

Em um momento em que o agronegócio brasileiro busca conciliar produtividade, sustentabilidade e controle de custos, a inovação tecnológica tem se tornado um recurso tão estratégico quanto o solo fértil e o clima favorável. A biotecnologia desponta como aliada fundamental nessa transição, oferecendo novas formas de enfrentar o avanço das pragas, otimizar o uso de insumos e reduzir o impacto ambiental das lavouras.

É nesse contexto que a GreenLight Biosciences, empresa global de biotecnologia com sede nos Estados Unidos e mais de 15 anos de pesquisa científica, estreia no mercado nacional com o lançamento do Fortivance — um maximizador biológico que potencializa a ação dos inseticidas e promete ganhos de até 25% na eficácia do controle de pragas, além de ampliar a eficiência no uso dos insumos e garantir maior retorno sobre o investimento.

Em menos de um ano, resultados consistentes já podem ser vistos na cultura de milho, por exemplo, entre outras

Segundo Areadne Zorzetto, diretora de Marketing e Vendas da GreenLight Biosciences na América Latina, a chegada da companhia ao País é marcada por uma inovação que entrega resultados concretos ao produtor rural. “O Fortivance otimiza cada gota aplicada, proporcionando mais eficiência no controle e contribuindo para práticas agrícolas mais sustentáveis”, afirma.

Biotecnologia a favor do manejo

Formulado a partir de ingredientes de origem natural, como betaglucanos e óleo metilado de soja, o Fortivance atua de forma inédita no trato digestivo das pragas, regulando o pH intestinal — que, no caso da lagarta, pode chegar a níveis alcalinos próximos de 10 — e criando um ambiente mais favorável para a ação dos inseticidas.

O resultado é um aproveitamento mais eficiente das aplicações, com menor perda de princípio ativo e efeito prolongado no campo. Para a executiva, o diferencial da tecnologia está em combinar ciência e sustentabilidade em uma mesma solução, ajudando o agricultor a controlar pragas com mais precisão e menor necessidade de reaplicações.

Como atua na prática

A solução tem origem na mesma tecnologia de formulação desenvolvida nas pesquisas com RNA e reúne dois componentes principais: betaglucanos e óleo metilado de soja.

O betaglucano atua dentro do trato digestivo das pragas, alterando o pH intestinal e reduzindo a degradação das moléculas químicas. Isso permite que o inseticida atinja todo o seu potencial de controle, sem que o inseto consiga se “defender” alterando o próprio pH.

“Já o óleo metilado de soja melhora a distribuição do inseticida na planta, garantindo que ele alcance partes mais protegidas — como folhas inferiores ou regiões onde as pragas costumam se esconder. O resultado é uma cobertura mais uniforme e eficaz, tanto contra pragas mastigadoras, como lagartas, quanto sugadoras, como percevejos”, explica a diretora.

A formulação foi desenvolvida para atuar em sinergia com o inseticida, ampliando sua eficiência e garantindo resultados perceptíveis já nas primeiras aplicações — com controle mais efetivo e lavouras visivelmente mais produtivas.

Tecnologia de ponta, resultados reais

A inovação que levou ao desenvolvimento do Fortivance surgiu durante as pesquisas da GreenLight com tecnologias de RNA — uma das áreas mais promissoras da biotecnologia moderna.

O RNA (ácido ribonucleico) é uma molécula natural presente em todos os seres vivos e responsável por carregar as instruções genéticas que orientam a produção de proteínas. A partir desse conhecimento, a GreenLight desenvolve soluções que “silenciam” mensagens genéticas específicas em pragas, fungos ou ervas daninhas, atingindo apenas o alvo e preservando organismos benéficos, como abelhas e joaninhas.

Embora o Fortivance não utilize RNA em sua composição, ele nasce da mesma base científica que permitiu à empresa desenvolver uma formulação estável, compatível e biodegradável — agora voltada ao manejo químico e biológico de insetos.

“O produto é fruto de anos de pesquisa com moléculas naturais e formulações avançadas. Ele traduz a visão da GreenLight de colocar a biotecnologia a serviço de uma agricultura mais eficiente e responsável”, reforça Areadne.

Produção nacional e expansão latino-americana

Descoberto durante o desenvolvimento de uma solução de RNA para o controle de lagartas, o Fortivance é totalmente produzido no Brasil, desde a origem da matéria-prima até o envase e armazenamento. Em menos de um ano, o Fortivance já foi aplicado em mais de 1 milhão de hectares no Brasil, com resultados consistentes em diferentes culturas — entre elas, soja, milho e algodão.

De acordo com a diretora, o País tem papel estratégico para a GreenLight, tanto pela dimensão do mercado quanto pela receptividade do produtor brasileiro à inovação. Trazer o Fortivance para o Brasil, afirma, é uma forma de oferecer tecnologia de ponta adaptada à realidade do campo, com soluções que fortalecem práticas sustentáveis e aumentam a rentabilidade.

Com sede em Piracicaba (SP) — o “Vale do Silício do agro” —, a empresa fez do Brasil o seu hub para a América Latina, fortalecendo parcerias locais e aproximando ciência e campo.

Inovação com propósito

A GreenLight aposta em um modelo que combina ciência, tecnologia e propósito ambiental. O Fortivance marca o início dessa trajetória no País, simbolizando o encontro entre inovação e sustentabilidade e colocando a biotecnologia a serviço de uma agricultura mais eficiente, inteligente e regenerativa.

“O Fortivance mostra que é possível aliar produtividade e responsabilidade ambiental. Essa é a essência da GreenLight: entregar soluções que transformam o manejo no campo e contribuem para o futuro da agricultura”, conclui Areadne Zorzetto.

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