Maria Corina rejeita mediação de Lula entre EUA e Venezuela

A lider da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, 58 anos, rejeitou a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir qualquer papel de mediação na crise de seu país com os Estados Unidos (EUA). Em entrevista ao jornal O Globo, ela afirmou que os venezuelanos não aceitariam uma iniciativa desse tipo e voltou a defender a pressão internacional sobre a ditadura de Nicolás Maduro.

No encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, no domingo 26, Lula se colocou à disposição do presidente norte-americano para servir de mediador entre os EUA, que têm enviado navios e militares para combate ao narcotráfico, e o ditador venezuelano.

Corina, no entanto, considera esta situação inconcebível. A posição de Lula é vista por ela como um entrave à estratégia de “pressão máxima” coordenada pelos EUA. Analistas venezuelanos afirmam que a operação norte-americana, já responsável pela explosão de 11 embarcações no Caribe e no Pacífico, pode evoluir para uma intervenção direta em território venezuelano ou colombiano.

“O presidente Lula, como todos os governos do mundo, sabe que Maduro foi derrotado [nas urnas]. A pergunta [para Lula ] é: os venezuelanos somos cidadãos de segunda classe, não temos direito a escolher e a que nossa vontade seja respeitada?” Além disso, ela considera que a própria população venezuelana não concorda com a proposta de Lula.

Questionada sobre uma reportagem da Reuters que revelou encontros, presenciais e por vídeo, entre integrantes de sua equipe e autoridades do governo Trump, María Corina, que está escondida em território venezuelano, confirmou que houve contatos com Washington, mas evitou detalhar o teor das conversas.

Corina, no entanto, considera esta situação inconcebível. A posição de Lula é vista por ela como um entrave à estratégia de “pressão máxima coordenada pelos EUA. Analistas venezuelanos afirmam que a operação norte-americana, já responsável pela explosão de 11 embarcações no Caribe e no Pacífico, pode evoluir para uma intervenção direta em território venezuelano ou colombiano.

“O presidente Lula, como todos os governos do mundo, sabe que Maduro foi derrotado [nas urnas]. A pergunta [para Lula ] é: os venezuelanos somos cidadãos de segunda classe, não temos direito a escolher e a que nossa vontade seja respeitada?” Além disso, ela considera que a própria população venezuelana não concorda com a proposta de Lula.

Questionada sobre uma reportagem da Reuters que revelou encontros, presenciais e por vídeo, entre integrantes de sua equipe e autoridades do governo Trump, María Corina, que está escondida em território venezuelano, confirmou que houve contatos com Washington, mas evitou detalhar o teor das conversas.

Segundo ela, é uma norma de sua equipe “nunca vazar o conteúdo das conversas e com quem elas acontecem, a menos que o outro lado peça que isso seja informado”.

A aproximação com o presidente norte-americano e com políticos republicanos, como o secretário de Estado Marco Rubio, tornou-se peça central da estratégia da ala mais dura da oposição, que prega abertamente a remoção imediata de Maduro.

Maria Corina e os EUA

María Corina, que, além de política é engenheira industrial e professora, reconhece ter participado de reuniões com o ex-conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz. “Evidentemente ocorrem reuniões, e com Waltz foi pública. Apareceu em todas as redes sociais”, disse ela,

“Aconteceu quando Edmundo González Urrutia esteve em Washington em janeiro deste ano”, acrescentou, mencionando o ex-candidato que, segundo a oposição, inúmeros governos e organizações internacionais, venceu as eleições de 2024.

Essa ligação com Washington integra um esforço coordenado para reforçar a pressão militar e econômica contra Caracas. Vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, que dedicou “aos venezuelanos e a Trump”.

Ela nasceu em 7 de outubro de 1967 em Caracas e se tornou a 20ª mulher a ganhar o Nobel da Paz, entre mais de 90 homens que já receberam o prêmio.

María Corina insiste que qualquer diálogo com Maduro só pode começar com o reconhecimento da vitória oposicionista nas urnas.

“Todo o resto é inaceitável, e definitivamente inaceitável se vem de um mandatário que diz ser democrático”, declarou, referindo-se a Lula. Ela também acusou os governos do Brasil e da Colômbia de terem “dado tempo a Maduro para realizar uma das piores escaladas de violência no país” nos últimos 15 meses.

Para a opositora, o chavismo representa “uma estrutura narcoterrorista”, e “quem começou a guerra foi Maduro”. Ela argumenta que o país já sofre uma intervenção estrangeira:

“Questionam a invasão pelos EUA, mas ninguém fala dos russos, iranianos, chineses e cubanos que estão atuando dentro de nosso pais. A invasão já existe, e pedimos o apoio do presidente Trump para acabar com essa guerra iniciada por Maduro.”

O campo opositor na Venezuela permanece fragmentado. Setores que mantêm interlocução com o governo, como o grupo do ex-candidato Henrique Capriles, são acusados por María Corina de traição.

“Nós ganhamos a eleição, e não apenas a última. Nos atacam, nos reprimem, nos prendem. Tivemos 17 tentativas de diálogo, e Maduro sempre violou seus compromissos”, disse, reforçando que a única saída possível é a retirada do atual presidente. “Maduro deve entender que, pelo seu próprio bem, sua melhor opção é facilitar uma transição pacífica. O ponto de partida é a saída Maduro.”

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