Após três dias sem medições devido a problemas técnicos nas réguas de monitoramento, o nível do Rio Acre voltou a ser atualizado nesta sexta-feira (15) em Rio Branco. O registro marcou 1,58 metro, representando uma elevação de 27 centímetros em relação à última marca, registrada no dia 12, quando o manancial havia atingido 1,31 metro — a menor cota do ano até agora.
Essa foi a primeira subida significativa do rio desde o dia 17 de julho. Mesmo com o aumento, o nível atual ainda está apenas 35 centímetros acima da pior cota histórica, de 1,23 metro, registrada em setembro do ano passado. A Defesa Civil explicou que a interrupção nas aferições ocorreu por falhas técnicas e que a Agência Nacional de Águas (ANA) foi acionada para realizar manutenção nos equipamentos.
Segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, a elevação do nível do rio está relacionada às oscilações nas cabeceiras, principalmente na Bolívia, e não ao volume de chuvas na capital. Ele reforçou que o período segue crítico e que a previsão ainda indica cenário de agravamento da estiagem nos próximos dias, com possibilidade de seca mais severa por volta do dia 20.
A situação ocorre em meio ao decreto de emergência em vigor no Acre, publicado pelo governo estadual devido à seca histórica que afeta o transporte fluvial, o abastecimento de comunidades isoladas e a logística no interior. A Prefeitura de Rio Branco também decretou emergência, com a justificativa de garantir rapidez no acionamento de ações de resposta e acesso a recursos emergenciais.
Mesmo com o cenário preocupante, o prefeito Tião Bocalom e o diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, afirmaram que não há previsão de desabastecimento de água na capital. Eles destacaram que, em momentos críticos anteriores, foram adotadas medidas como dragagem e construção de barragens provisórias, garantindo o fornecimento — estratégias que podem ser repetidas se necessário.



