Relatório da Polícia Federal indica que concunhado do prefeito afastado mantinha contabilidade paralela de propina envolvendo empresas e secretários municipais.
A Polícia Federal (PF) identificou fortes indícios de pagamento de propina em contratos firmados durante a gestão do prefeito afastado de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos). Segundo relatório sigiloso obtido pelo Metrópoles, o concunhado do prefeito, o pastor Josivaldo Batista de Souza, conhecido como “bispo”, mantinha uma contabilidade paralela de repasses ilícitos relacionados a diversas empresas contratadas pela prefeitura.

As anotações foram encontradas no celular de Josivaldo e revelam movimentações financeiras suspeitas entre dezembro de 2024 e abril de 2025. A PF menciona pelo menos cinco empresas ligadas à administração municipal — entre elas, City Transportes Urbanos, Consórcio Sorocaba Ambiental, Eteng Engenharia, Única Sorocaba Vigilância e Amhemed Assistência em Saúde. Esta última teria firmado cinco contratos com a prefeitura durante o mandato de Manga, inclusive para a instalação de leitos de UTI durante a pandemia.
Durante a Operação Copia e Cola, deflagrada em abril, a PF apreendeu R$ 700 mil em espécie dentro de um carro de Josivaldo, além de envelopes com o nome de empresas e valores que, segundo os investigadores, correspondem a pagamentos de propina. A polícia vê “fortíssimos indícios” de que as anotações e o dinheiro apreendido representam vantagens indevidas para a manutenção de contratos públicos.
Além da Amhemed, a PF também aponta movimentações relacionadas à Eteng Engenharia, responsável por obras de tapa-buraco, e à Única Sorocaba, contratada pela autarquia de água e esgoto (SAAE). As evidências indicam que os valores registrados na “contabilidade paralela” estão vinculados a transações ilícitas envolvendo recursos públicos. Com informações do Metrópoles.



