A restauração florestal e a integração entre políticas públicas socioambientais estiveram em destaque na COP30, durante o painel “Restauração florestal na Amazônia: ações e resultados sustentáveis alcançados pela cooperação”, realizado nesta terça-feira, 18, no Pavilhão Pará (Sala Samaumeira), na Zona Verde da Conferência.
A iniciativa, promovida pela Conservação Internacional (CI-Brasil) e pelo Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil), reuniu gestores e representantes de instituições estaduais e nacionais para debater estratégias que impulsionam a recuperação de áreas degradadas e fortalecem a governança ambiental na região amazônica.

Representaram o governo do Acre no painel, o secretário de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, e a diretora técnica da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), Suelem Farias.
Acre destaca avanços da agenda de restauração
Em sua fala, o secretário Leonardo Carvalho destacou que o estado tem avançado de forma consistente na agenda de restauração florestal, especialmente a partir da integração promovida pelo Programa ASL. Ele explicou que, no Acre, as ações de restauração estão diretamente vinculadas ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).

O gestor destacou que o Acre vive um momento de expansão da escala de trabalho. A gestão avançou em iniciativas como a implantação de 66 hectares de Sistemas Agroflorestais (SAFs) na Floresta Estadual do Antimary, resultado de um acordo de cooperação técnica com a empresa Transmissora Acre, executado pela Zopone Engenharia.
Leonardo Carvalho lembrou ainda que os primeiros esforços na agenda de restauração vieram do Programa REM, que permitiu ao estado estruturar o catálogo de SAFs e reorganizar os fluxos do PRA. Também destacou que o Acre tem se dedicado a fomentar alternativas sustentáveis e produtivas, capazes de recuperar áreas degradadas e, ao mesmo tempo, gerar novas oportunidades econômicas para as comunidades locais.
“O ASL tem contribuído de forma decisiva, seja no suporte ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), seja no fortalecimento das equipes e da estrutura do nosso viveiro da floresta. Não basta apenas reduzir o desmatamento — precisamos avançar fortemente na restauração. O Brasil tem um passivo de 12 milhões de hectares, e essa integração proporcionada pelo ASL tem sido essencial para que os estados avancem de maneira conjunta”, destacou.
A diretora técnica da Funtac, Suelem Farias, enfatizou o grande potencial do Acre para avançar na restauração em larga escala e destacou que o governo tem atuado para identificar onde essas iniciativas estão e de que forma podem ser apoiadas.

Suelem Farias também ressaltou o papel da Funtac em trabalhar diretamente com as comunidades, apresentando alternativas econômicas sustentáveis que geram renda sem desmatamento e fortalecem a recuperação de áreas degradadas.
“Entramos nas comunidades mostrando como elas podem ganhar recursos mantendo a floresta em pé. Se o produtor tem uma área degradada, mas também possui uma palmeira ou espécies que pode coletar, mostramos como isso pode gerar renda. Nosso trabalho é ajudar a identificar alternativas de vida, mostrar que recuperar pode ser vantajoso para o presente e para o futuro”, afirmou.




