Durante visita à AgriZone, espaço dedicado à inovação, agricultura sustentável e tecnologias de baixo carbono na COP30, em Belém (PA), a vice-governadora Mailza Assis participou nesta terça-feira, 18, do podcast da Carreta Agro pelo Brasil, iniciativa do Sistema CNA/Senar, que percorre o país levando capacitação e informação ao produtor rural.
A conversa foi conduzida pelo apresentador Estevão Damazio e contou com a participação do vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Muni Lourenço, e do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Antônio de Salvo.
A Carreta Agro pelo Brasil está instalada na AgriZone e possui 98 m² de área útil, com espaços multiusos para cursos, treinamentos, palestras, cozinha experimental, sala de imersão e um estúdio de podcast.
Desafios da produção sustentável no Acre
Sobre os principais desafios enfrentados pela gestão estadual, Mailza destacou o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
“Preservar dá muito trabalho. Mas estamos aqui para transformar isso em oportunidade: gerar emprego, melhorar a vida de ribeirinhos, indígenas, agricultores e de quem vive na floresta. Nosso desafio é desenvolver com responsabilidade, gerar riqueza e garantir mais qualidade de vida para quem protege essa riqueza natural”, disse.

Ao falar sobre a compatibilidade entre produção de alimentos e conservação da floresta, a vice-governadora citou experiências bem-sucedidas no estado. “O Acre tem 84% de sua área preservada. O café, o açaí, o cacau e outras cadeias produtivas já provam que temos solo de qualidade. Nosso gargalo é a logística e o acesso à tecnologia, mas estamos trabalhando para superar isso”, afirmou.
Sobre sistemas agroflorestais e tecnologias de baixa emissão, Mailza ressaltou que “com assistência técnica e tecnologia aplicada, o Acre tem saída e vocação no sistema lavoura-pecuária-floresta”.
A vice-governadora também falou do crescimento do Acre com a cafeicultura: “O café é uma experiência recente, mas já com qualidade reconhecida. Precisamos avançar, para transformar todas essas potencialidades em renda para o produtor”.
Regularização fundiária: entrave histórico para o desenvolvimento
Outro tema também ganhou destaque no diálogo: Mailza enfatizou que a regularização fundiária é condição essencial para crédito e para a produção sustentável. “Sem a legalização da terra, o produtor não acessa crédito e não viabiliza sua produção. Precisamos avançar para deixar o Acre pronto para acessar todos os benefícios e políticas de baixa emissão”, enfatizou.
Tanto Antônio de Salvo quanto Muni Lourenço reforçaram a importância do tema e se colocaram à disposição para apoiar o Acre com experiências e conhecimento técnico.
Reconhecimento ao Acre e ao setor produtivo
Lourenço elogiou a postura da vice-governadora e destacou o papel estratégico do Acre no aspecto agroambiental. “É falsa a ideia de antagonismo entre produção e sustentabilidade. O Brasil e especialmente a Amazônia mostram que é possível unir alta produtividade e responsabilidade ambiental. A presença da vice-governadora aqui na COP30, visitando a AgriZone e o Pavilhão AgroBrasil, revela visão de futuro e compromisso com emprego, renda e qualidade de vida para seu povo”, avaliou.
O gestor também prestou homenagem ao presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre, Assuero Veronez, apontando sua “liderança histórica”.
Ao longo do episódio, os convidados reforçaram que o Brasil é hoje uma potência agroambiental, energética e produtiva, mantendo mais de 70% de sua área preservada.






