Um novo levantamento do Ranking de Competitividade dos Estados, divulgado na quarta-feira, 26, pelo Centro de Liderança Pública (CLP), coloca o Acre como o terceiro estado com maior crescimento econômico do país. O indicador, que faz parte do pilar de Potencial de Mercado, considera a média móvel de quatro períodos da taxa de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) real. O estado ficou atrás apenas de Roraima e Tocantins, que aparecem como primeiro e segundo lugar.
Além de ter se tornado um termômetro da administração pública, a ferramenta é bastante útil para o setor privado balizar decisões de investimentos produtivos, ao estabelecer critérios de atratividade em bases relativas entre os estados, de acordo com as especificidades de cada projeto de investimento.
Para definir a estrutura, composição e a metodologia de cálculo do Ranking de Competitividade dos Estados, foi empreendido um amplo estudo da literatura acadêmica especializada, bem como da experiência nacional e internacional na confecção de rankings de competitividade.
Como resultado final, foram selecionados cem indicadores considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos estados brasileiros, distribuídos em dez pilares temáticos: Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação.

Recorde histórico
Impulsionado pela agropecuária e sustentado pelo setor público, o Produto Interno Bruto acreano alcançou R$ 26,3 bilhões em 2023, superando em cinco vezes o desempenho da Região Norte. O destaque reside no crescimento real registrado, de 14,7%. Esse patamar representa o maior resultado de toda a série histórica, que se iniciou em 2002.
O desempenho superou amplamente as médias nacional e regional. O crescimento do Acre foi 11,5 pontos percentuais superior ao resultado nacional, que ficou em 3,2%. Além disso, o avanço da economia acreana foi cinco vezes maior que o crescimento da Região Norte, que atingiu 2,9% em 2023. Em comparação, o PIB brasileiro em 2023 foi de R$ 10,9 trilhões, e o da Região Norte, R$ 636,6 bilhões. Esse resultado de forte crescimento em 2023 dá continuidade aos avanços recentes, já que em 2022 o Acre havia registrado um crescimento de 6,0%, o quinto maior do Brasil naquele ano.
Para o governador Gladson Camelí, o dado consolida um trabalho que vem sendo realizado desde 2019, de conseguir alavancar a economia acreana por meio de políticas que possibilitem o crescimento financeiro no estado. “A nossa economia vem crescendo gradativamente, o resultado do boletim comprova isso, temos gerado emprego e renda, e investimos naquilo que tem dado retorno: às pessoas. Com a colaboração de cada acreano e cada acreana conseguimos chegar a esse resultado expressivo, colocando, como eu sempre digo, o nosso estado em destaque”, diz.

Exportações do Acre crescem 12%
Impulsionado pelas exportações de carne bovina, suína e soja, o Acre registrou crescimento de 12% nas vendas externas entre janeiro e outubro deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O desempenho garantiu ao estado um superávit comercial de US$ 80,2 milhões no período. Já as importações recuaram 7,1%, somando US$ 3,9 milhões, fortalecendo sua posição comercial.
Com o desempenho atual, o Acre já se aproxima do patamar de superar o volume total de exportações registrado em 2024, que foi de US$ 87,3 milhões. No acumulado entre janeiro e outubro, esse é o maior valor movimentado dos últimos nove anos. O saldo da balança comercial também bateu recorde para o período, reforçando o avanço do estado no comércio exterior.
O titular da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Assurbanipal Mesquita, destacou o impacto positivo das exportações para a economia do estado. Segundo o gestor, o crescimento do setor tem fortalecido o ambiente de negócios e atraído novas empresas.
“O desempenho crescente das exportações gera um impacto muito favorável. Fortalece o ambiente de negócios, estimula a atração de novos investimentos e contribui para a produção local”, afirma.
Mesquita explica que a indústria de proteína animal tem sido um dos principais motores do avanço, impulsionando a produção agrícola e garantindo renda para produtores de soja, milho, frutas e pequenos criadores familiares. “O crescimento das exportações só contribui com o Acre, fortalecendo o emprego e ampliando oportunidades”, acrescenta.
Sobre os fatores que têm sustentado esse aumento nos últimos cinco anos, o secretário ressalta o papel da atual gestão estadual. E diz que o governo Gladson Camelí tem adotado medidas para valorizar o produtor rural, garantindo liberdade de produção e apoio no licenciamento ambiental.
“O produtor é protagonista da produção, não a iniciativa pública. Com liberdade para produzir e ambiente favorável, o resultado é a ampliação da produção agrícola e o fortalecimento de setores como soja, milho e manejo florestal”, explica.
De acordo com Mesquita, essas condições têm permitido que o Acre se destaque na relação comercial com países vizinhos, consolidando-se como um estado em expansão econômica.






