Militares da Guiné-Bissau oficializaram, nesta quinta-feira (27/11), a tomada de poder e a posse do general Horta Inta-A como novo presidente do país pelos próximos 12 meses. A junta militar afirmou que o período será dedicado à transição política e à reorganização institucional após o golpe que derrubou o governo civil.
Em seu primeiro discurso transmitido pela televisão estatal, Horta Inta-A responsabilizou os líderes políticos pela instabilidade que tomou conta do país. Segundo ele, a “incapacidade dos atores políticos de conter o clima de deterioração” teria forçado a intervenção das Forças Armadas, que passaram a justificar a ação como necessária para garantir a segurança nacional.
Os militares alegam ter identificado um plano para desestabilizar o governo e manipular o processo eleitoral, ocorrido no último dia 23 de novembro. O pleito ainda não tinha resultado oficial, e tanto o então presidente Umaro Sissoco Embaló quanto o rival Fernando Dias da Costa se declaravam vencedores. Enquanto isso, manifestações se espalhavam pelo país e eram reprimidas pela administração de Embaló.
Após a ofensiva militar, Embaló confirmou à mídia francesa que havia sido deposto, mas seu paradeiro permanece desconhecido. A queda do governo ocorreu em meio a denúncias de fraudes, tensão política e acusações mútuas entre os candidatos, cenário que, segundo o Alto Comando Militar, justificou a intervenção.
Com o país agora sob administração direta das Forças Armadas, cresce a expectativa internacional sobre como será conduzida a prometida transição democrática ao longo dos próximos 12 meses, período em que o general Horta Inta-A terá controle total das instituições estatais.



