Decisão judicial argentina desativou 22 aplicativos de streaming pirata, muitos usados no Brasil, e expôs a vulnerabilidade de quem paga por serviços ilegais.

Uma nova ofensiva judicial na Argentina derrubou 22 aplicativos de streaming pirata utilizados principalmente em TV boxes e serviços de IPTV, deixando mais de 2 milhões de usuários brasileiros sem acesso imediato. A decisão, tomada pelas autoridades do país vizinho, reacende o alerta sobre o rápido avanço das ações internacionais contra a pirataria digital na América Latina.

Entre os serviços desativados estão plataformas populares como BTV, Blue TV, Red Play, Super TV Premium e dezenas de outros aplicativos utilizados para transmitir canais fechados, filmes, séries e eventos esportivos sem autorização. Muitos assinantes no Brasil perceberam a queda ao se deparar com mensagens de erro, como o código 503 exibido pelo aplicativo BTV, indicando falha nos servidores.

De acordo com a associação Alianza, responsável por monitorar e combater a pirataria audiovisual na região, os aplicativos eram ofertados por valores entre 3 e 5 dólares mensais — cerca de R$ 16 a R$ 27 — e funcionavam por meio de servidores hospedados fora do país para tentar driblar bloqueios. O modelo de baixo custo, aliado à facilidade de instalação em TV boxes, contribuiu para a expansão dos serviços ilegais entre consumidores brasileiros.

A decisão também expôs a falta de garantias para quem utiliza esse tipo de serviço: diante de uma operação internacional, não há reembolso, suporte técnico ou qualquer mecanismo de proteção ao consumidor. As autoridades reforçam que, por mais comuns que sejam no mercado paralelo, os aplicativos piratas violam direitos autorais e podem, a qualquer momento, ter o acesso derrubado por medidas judiciais.