Polícia mira 49 empresas usadas pelo PCC para lavar até R$ 6 bilhões

Investigação aponta que empresas ligadas à facção movimentavam bilhões e tinham elo com envolvidos na morte de Vinicius Gritzbach.

A Polícia Civil de São Paulo revelou que ao menos 49 empresas eram usadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para lavar grandes volumes de dinheiro provenientes de atividades criminosas. A lista inclui negócios de diferentes segmentos, que vão desde padarias até fintechs. Segundo a investigação, duas dessas empresas tinham ligação direta com Kauê do Amaral Coelho, apontado como olheiro da facção e envolvido no assassinato do delator Vinicius Gritzbach, morto no Aeroporto de Guarulhos em 2023.

De acordo com o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic, ao menos duas dessas empresas realizaram depósitos para Mateus Brito, que por sua vez transferia recursos para Kauê Coelho. As movimentações reforçam, segundo ele, o vínculo direto dessas companhias com o PCC, que se valia da fachada empresarial para legitimar milhões oriundos do tráfico de drogas, estelionato e jogos de azar.

Batizada de Operação Falso Mercúrio, a ofensiva cumpriu 54 mandados judiciais, seis de prisão e 48 de busca e apreensão na capital e na Grande São Paulo. Apesar de nenhum suspeito ter sido preso até o fim da manhã desta quinta-feira (4), a polícia descarta vazamento e afirma que as apreensões enfraquecem o poder financeiro da facção. A Justiça determinou o bloqueio de 49 imóveis, três embarcações e 257 veículos avaliados em R$ 42 milhões, além de congelar contas de 20 pessoas físicas e 37 jurídicas envolvidas.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a estrutura criada pelos criminosos era dividida em três núcleos: coletores, responsáveis por arrecadar o dinheiro; intermediários, que movimentavam e ocultavam os valores; e beneficiários finais, que recebiam os recursos já “limpos”. O nome da operação faz referência a Mercúrio, deus romano ligado tanto ao comércio quanto à trapaça, simbolizando a natureza do esquema.

As autoridades estimam que os valores bloqueados possam chegar a R$ 6 bilhões, reforçando o impacto financeiro das medidas contra a facção. A investigação segue em andamento para identificar novos vínculos e aprofundar o rastreamento do patrimônio acumulado ilegalmente pelo PCC. (Autor original)
Com informações do portal Terra

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