‘A carne bovina brasileira tem hormônios’; Verdade ou mito?

A carne brasileira tem hormônios? Esta é uma pergunta que frequentemente surge na mente dos consumidores, especialmente em um cenário onde a transparência na cadeia de produção de alimentos é cada vez mais valorizada. Neste contexto, um vídeo esclarecedor da especialista Lygia Pimentel serviu como fonte de conhecimento e alerta para essa temática.

A discussão sobre o uso de hormônios na produção de carne bovina é um tema recorrente e frequentemente mal compreendido pela população em geral. Diante de informações muitas vezes conflitantes, é essencial analisar criticamente os fatos e as normativas que regem essa prática, a fim de fornecer esclarecimentos precisos e contextualizados.

Recentemente, em um vídeo esclarecedor, Lygia Pimentel, uma renomada especialista no setor e diretora da Consultoria Agrifatto, enfatizou que as carnes no Brasil não contêm hormônios, em conformidade com as regulamentações estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Além disso, ela criticou a estratégia de marketing de algumas marcas que insinuam ser as únicas a não utilizarem hormônios, quando na verdade essa é uma prática geralmente observada em todo o setor.

gado

É importante compreender que a produção animal, especialmente a criação de bovinos, enfrenta desafios constantes relacionados à demanda crescente por alimentos e à necessidade de aumentar a eficiência produtiva. Nesse contexto, o uso de medicamentos, incluindo hormônios, é muitas vezes considerado como uma forma de otimizar o crescimento e a produtividade dos animais, resultando em uma produção de carne mais rápida.

De acordo com estudos como o de CHARDULO et al. (1998), o crescimento é um fator essencial na produção animal, caracterizando-se como um processo fundamental no desenvolvimento corporal dos animais. No caso específico dos bovinos, o uso de hormônios de crescimento tem sido uma prática comum para acelerar esse processo.

Os principais hormônios utilizados na promoção do crescimento bovino, como identificados por Souza (2011), podem ser classificados em duas categorias: naturais e exógenos. Entre os naturais, estão substâncias como Compudose, Implixina-Bf e Bm, Synovex-S e Sinovex-H, enquanto os hormônios exógenos incluem produtos como MGA, Ralgro, Finalplix, Stimplant e Revalor. Vale ressaltar que muitos desses hormônios são encontrados naturalmente no organismo animal, desmistificando a ideia de que seu uso é exclusivamente artificial.

No entanto, é fundamental observar as regulamentações vigentes. Desde 2011, após a implementação da Instrução Normativa 55/2011/MAPA, o uso de medicamentos classificados como promotores de crescimento na produção de carne foi proibido no Brasil. Essa medida, composta por leis e decretos, teve como objetivo não apenas garantir a segurança alimentar, mas também abrir novos mercados internacionais, especialmente em regiões onde o comércio de carne proveniente de animais tratados com hormônios é proibido.

Portanto, podemos afirmar que, embora a carne bovina brasileira contenha hormônios, estes são produzidos naturalmente pelos próprios animais, seguindo os mecanismos fisiológicos naturais. Consequentemente, a carne bovina brasileira é segura para o consumo, atendendo aos mais altos padrões de qualidade e segurança alimentar.

É essencial que a comunicação sobre a produção de carne bovina seja transparente e baseada em fatos científicos e regulamentações, a fim de dissipar equívocos e fornecer informações precisas aos consumidores. A compreensão correta dessa questão contribui não apenas para a confiança no produto, mas também para uma tomada de decisão consciente por parte dos consumidores.

Necessidade de maior visibilidade desse tema

O vídeo explicativo da especialista Lygia Pimentel, no qual ela esclarece a ausência de hormônios na carne bovina brasileira de acordo com as regulamentações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), destaca a necessidade urgente de um debate mais amplo e esclarecedor sobre o tema.

Ao desmitificar essa questão e criticar a estratégia de marketing de algumas marcas que insinuam uma exclusividade na ausência de hormônios, Lygia ressalta a importância de uma comunicação transparente e baseada em fatos científicos para dissipar equívocos e promover uma compreensão precisa entre os consumidores.

Esse vídeo serve como um catalisador para iniciar uma discussão mais profunda sobre a temática, envolvendo diversos atores da cadeia produtiva e da sociedade, a fim de fortalecer a confiança e a transparência na produção de carne bovina. Um diálogo aberto e transparente, envolvendo especialistas, produtores, reguladores e consumidores, é essencial para esclarecer os diferentes aspectos relacionados ao tema e promover uma compreensão mais completa e informada dos processos envolvidos na produção de carne bovina.

Grande importância da regulamentação do MAPA

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A regulamentação pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) desempenha um papel fundamental na garantia da segurança alimentar, na proteção dos consumidores e na promoção da qualidade dos produtos de origem animal. Entre os principais benefícios dessa regulamentação estão:

Segurança alimentar: As normativas estabelecidas visam garantir que os produtos de origem animal estejam livres de contaminantes prejudiciais à saúde humana, como patógenos, resíduos de medicamentos e substâncias químicas nocivas. Isso é crucial para proteger os consumidores e prevenir a ocorrência de doenças transmitidas por alimentos.

Qualidade do produto: As regulamentações do MAPA estabelecem padrões de qualidade para a carne, incluindo aspectos como textura, sabor, aroma e aspecto visual. Isso ajuda a garantir que os consumidores recebam produtos que atendam às suas expectativas em termos de qualidade sensorial.

Bem-estar animal: O órgão também regula as práticas de manejo e bem-estar animal na produção de carne, visando garantir que os animais sejam criados, transportados e abatidos de forma humanitária e respeitosa. Isso não apenas promove o tratamento ético dos animais, mas também contribui para a qualidade da carne produzida.

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Padronização e rastreabilidade: As normativas estabelecem padrões de produção e processamento que permitem a padronização dos produtos de carne e a rastreabilidade ao longo de toda a cadeia de produção. Isso facilita a identificação e o recall de produtos em caso de problemas de segurança alimentar, contribuindo para uma resposta rápida e eficaz às emergências sanitárias.

Acesso a mercados internacionais: O cumprimento das regulamentações é frequentemente um requisito para o acesso aos mercados internacionais de carne. Ao adotar padrões elevados de segurança e qualidade, os produtos brasileiros podem competir de forma mais eficaz nos mercados globais e garantir a confiança dos consumidores estrangeiros.

Desse modo, a regulamentação pelo MAPA desempenha um papel crucial na proteção da saúde pública, na promoção da qualidade dos produtos de carne, no bem-estar animal e no acesso aos mercados internacionais. Ao estabelecer normas claras e rigorosas, o MAPA contribui para a construção de uma indústria pecuária sustentável, responsável e confiável, que beneficia tanto os consumidores quanto os produtores.

ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira, do Compre Rural.

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