A queda irreversível: o declínio da esquerda no Acre e o fim da era Petecão

Longe estão os tempos de glória quando o Partido dos Trabalhadores (PT) dominava a política no Acre com mão de ferro. As eleições municipais de 2024 escancararam o que muitos já sabiam: o PT está em queda livre no estado. Quase um velório. Nenhum prefeito eleito, um número miserável de vereadores, e o destaque vai para André Kamai, que só conseguiu uma vaga na Câmara de Rio Branco por média. Esse é o retrato fiel da ruína de um partido que, outrora, ditava os rumos políticos do Acre.

Com apenas 98 candidatos lançados, o PT representou 4,24% do total de candidaturas no estado. Uma sombra pálida do gigante que um dia foi, agora humilhado pelas urnas e relegado a um papel quase decorativo. A baixa votação em todos os municípios é uma clara mensagem: o partido que por anos usurpou o poder no estado está à beira da irrelevância. Reconstrução? Se o PT espera ressurgir das cinzas, o desafio será titânico — algo que nem mesmo as narrativas heróicas e delirantes dos seus líderes poderão disfarçar.

As eleições de 2024 também cravaram um recado direto e devastador ao senador Sérgio Petecão (PSD), que, mesmo sem ser candidato, viu sua influência política na capital ser pulverizada. Aderindo a fracassada tentativa de eleger Marcus Alexandre (MDB) como prefeito e sua esposa, Marfisa Galvão (PSD), como vice, Petecão sofreu derrota em todas as suas apostas. Nada restou de sua força.

Como se não bastasse, sua irmã, Lene Petecão, também não conseguiu se reeleger vereadora. Pulou para o União Brasil, onde Fábio Rueda tentava costurar um apoio artificial. O resultado? Suplente. Apenas suplente. O fiasco é completo: nenhum dos candidatos do PSD foi eleito para a Câmara de Rio Branco. Um partido que detinha influência, agora não possui sequer uma cadeira entre as 21 vagas da Câmara. Mais uma vez, as estratégias de Petecão, cheias de vaidades e erros primários, conduziram à derrota total.

Com o fim das eleições, o PSD sai de Rio Branco sem qualquer representatividade. O senador Petecão agora parece perdido, sem rumo. Seu futuro político, até então aparentemente garantido, está seriamente comprometido. Resta-lhe reavaliar as alianças e estratégias — isso se ainda restar alguma capacidade de leitura da realidade que o cerca. Uma lição amarga para aqueles que acreditam na força bruta sem planejamento, sem visão. O tempo de Petecão, tal qual o do PT, pode ter passado.

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