Acre: o desafio da pobreza e o caminho da união empreendedora

O Acre ainda convive com uma dura realidade social. De acordo com dados do IBGE, mais da metade da população acreana vive abaixo da linha da pobreza, um dos índices mais altos do país. Embora tenha havido avanços recentes, o número continua revelando o quanto nossa economia é frágil, dependente e com poucas oportunidades reais de ascensão para as famílias.

Quando comparamos com estados de população semelhante, como o Amapá, a diferença salta aos olhos. Lá, segundo o IBGE, cerca de 33% das pessoas estão em situação de pobreza — quase vinte pontos percentuais a menos que no Acre. Essa distância não é apenas um número: ela mostra como decisões políticas, educação, mentalidade empreendedora e coesão social fazem diferença no destino de um povo.

Os números da pobreza acreana não são apenas estatísticas; são o reflexo de um modelo que precisa ser repensado. Nenhum governo, isoladamente, será capaz de transformar a realidade de um estado se a sociedade não caminhar junto. O combate à pobreza começa na mudança de mentalidade, na formação de cidadãos que compreendam o valor do esforço, da poupança, da gestão financeira e da cooperação.

A falta de educação financeira é uma das raízes da vulnerabilidade. Famílias endividadas, empreendedores que não sabem calcular custos, jovens que não têm noção de planejamento — tudo isso perpetua um ciclo de dependência. Ensinar desde cedo o uso consciente do dinheiro, o valor da reserva e o poder dos pequenos hábitos pode ser a ponte para uma geração mais preparada e autônoma.

O empreendedorismo precisa ser visto como o motor da dignidade, e não apenas como uma alternativa à falta de emprego. Quando uma comunidade produz, inova e acredita no próprio potencial, ela gera riqueza e oportunidades que se multiplicam. O Acre precisa despertar esse espírito criativo e cooperativo, que já vive na alma do seu povo — um povo forte, solidário e capaz de construir o próprio caminho.

Mas nada disso será possível sem união. União entre empresários, trabalhadores, educadores e governos. União entre quem sonha e quem faz. União que transforma ideias em ações e ações em esperança. O Acre só vencerá a pobreza quando todos compreenderem que prosperidade não é privilégio de poucos, mas fruto de uma jornada coletiva.

O futuro que queremos — com mais riqueza, saúde, qualidade de vida e paz — depende dessa convergência de propósitos. O caminho é claro: educação financeira, empreendedorismo e união. Esses são os pilares que podem fazer o Acre deixar de ser um estado de estatísticas preocupantes para se tornar exemplo de superação e desenvolvimento humano.

Marcello Moura
Empresário, Presidente do CDL Rio Branco e Líder do Movimento Cidadania Empreendedora
WWW.CIDADANIAEMPREENDEDORA.COM.BR

Tópicos:

PUBLICIDADE

Preencha abaixo e receba as notícias em primeira mão pelo seu e-mail

PUBLICIDADE

Nossa responsabilidade é muito grande! Cabe-nos concretizar os objetivos para os quais foi criado o jornal Diário do acre